O Vírus é chinês e a Ivermectina aracajuana! (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 25 de Junho, 2020

Na guerra política da Pandemia, a principal mentira foi que o SARS-CoV-2, o novo coronavírus, foi fabricado na China. Mesmo sem nenhum fundamento científico, a versão continua sendo difundida nas redes sociais.

A estupidez é maior quando, além de chinês, o vírus é visto como um produto de laboratório, uma suposta arma biológica. A esses crentes não vale a pena se contrapor.

O SARS-CoV-2 é o sétimo coronavírus conhecido a infectar humanos. Coronavírus são vírus de RNA causadores de infecções respiratórias em uma variedade de animais, incluindo aves e mamíferos.

Já eram conhecidas seis espécies de coronavírus que causam doenças em humanos. Quatro dessas (229E, OC43, NL63 e HKU1) causam sintomas comuns de gripe, e duas espécies (SARS-CoV e MERS-CoV) provocam síndrome respiratória aguda grave, com taxas elevadas de mortalidade.

Nos últimos 20 anos, dois desses coronavírus foram responsáveis por epidemias de síndrome respiratória aguda grave. A epidemia de SARS-CoV 1, com letalidade de aproximadamente 10% e a epidemia síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS - CoV), com letalidade de cerca de 30%.

Em 2002, o SARS-CoV causou um surto na província de Guangdong – China, e se espalhou para 26 países e, em 2012, o MERS-CoV surgiu na Arábia Saudita, espalhando-se para 27 países.

O novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19, foi detectado em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China. O SARS-CoV-2, como vimos, é o terceiro a causar síndrome respiratória aguda grave.

Todos esses coronavírus surgiram do transbordamento zoonótico, onde um agente patógeno rompe a barreira entre as espécies. Com o SARS-CoV-2 (novo coronavírus), não foi diferente.

O que ainda não se sabe é quais foram os reservatórios de animais de origem. Quais os animais envolvidos na cadeia de transmissão? O vírus foi transmitido diretamente de um vertebrado para o homem, ou precisou evoluir em um hospedeiro intermediário. Essa é a dúvida!

Como visto acima, já era esperado esse novo coronavírus. Fenômeno conhecido e estudado. E outros virão, se o homem continuar destruindo os ecossistemas onde esses vírus habitam a milhões de anos.

Além de pertencerem ao mesmo gênero (Betacoronavirus), todos esses vírus, bem como o novo coronavírus (SARS-CoV-2), são de origem zoonótica. Esse fenômeno chama-se transbordamento zoonótico.

A atividade humana criou a "tempestade perfeita" para esse pandemia. A invasão humana de habitats silvestres e a consequente perda e degradação deles, bem como o transporte, armazenamento e comércio de animais silvestres, atividades que criam condições ideais para a transmissão dessas doenças. Aqui entra a China.

Existem dúvidas que a descoberta de uma vacina eficaz não põe fim ao problema que criamos? A vacina resolve esse episódio.

Sem uma decidida mudança em nosso modo de vida, sem a interrupção do avançado processo de destruição do planeta, continuaremos convivendo com novas Pestes, de forma cada vez mais frequentes.

Essa é a questão de fundo!

Mas, do ponto de vista imediato, enquanto a questão ambiental não é resolvida e a vacina não chega, o que fazer para aliviar o medo, e retornamos a uma vida quase normal, em segurança.

Como sairemos da armadilha do confinamento que nos colocaram?

Sem a vacina, cientificamente, só existe o caminho da implementação de ações de vigilância à saúde, com ampla participação social. Ou seja, o caminho que a tradicional saúde pública aponta. Não precisamos de lideranças políticas, com os seu decretos.

A epidemia está se espalhando em Sergipe com essa velocidade, em parte pela demora em testar os suspeitos, dar os resultados e isolá-los. E pela falha na proteção dos profissionais de saúde, o que está gerando disseminação também a partir dos serviços de saúde. Além disso, muitos contactantes não procuram os serviços de saúde, pois desenvolvem doença leve, o que dificulta a identificação dos casos e o controle da epidemia.

Como não existe previsão dessa vigilância, pelo menos em Sergipe, surgiu um comportamento estranho, mas esperado, nos últimos dias. As pessoas querem proteção de qualquer jeito, mesmo sendo proteções ilusórias. E começaram a se mexer, a buscarem alternativas.

Com o enfraquecimento da fé na cloroquina, a classe média aracajuana, orientada por médicos conceituados e experientes, passaram a usar preventivamente a ivermectina, na falta da vacina. Virou uma nova febre!

A ivermectina é uma droga antiga, usada para tratar verminose, sarna e piolho em gente e carrapato em bicho.

Liguei assustado para um colega que confio. Doutor, que conversa é essa, a ivermectina também serve para a covid-19? Ele deu uma risada, “o que mata lombriga mata tudo. Se bem não fizer, mal não faz”.

Eu cheio de pudores, ainda indaguei, existe alguma evidência científica? O velho colega, cheio de sabedoria, deu uma risada e me respondeu de pronto. “Esqueça a ciência! Nessas horas de desespero e de medo, temos que arriscar”. Eu já tomei, disse ele.

Por via das dúvidas, eu mandei comprar a ivermectina em Itabaiana, que é mais barato. Vou conversar com o Dr. Átalo, para ouvir o parecer da homeopatia.

A Peste é danada, abalou até a relação da medicina com a ciência, que parecia tão sólida.

Antonio Samarone.

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