Qual a vocação econômica de Aracaju? (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 17 de Agosto, 2020

O fim da Era Petrobrás (com o fechamento do Tecarmos, da sede na Rua Acre e o desmonte das plataformas), obriga Aracaju repensar a sua economia. A suposta reserva em águas profundas será leiloada.

Qual o nosso futuro?

O primeiro poço de petróleo em Sergipe, o 1-CP-1-SE, teve a perfuração iniciada a 1º de agosto de 1963. Quinze dias depois, viria a confirmação: a bacia de Carmópolis era um dos maiores campos petrolíferos da América Latina, com um volume total de óleo no reservatório de 1 bilhão 300 milhões de barris.

Era o caminho sergipano para o desenvolvimento.

Em fevereiro de 1965, ocorreu o primeiro embarque do petróleo sergipano para a refinaria Landulpho Alves, na Bahia. Os vagões-tanque da Viação Leste Brasileiro, partindo de Carmópolis, percorriam 57 quilômetros até Aracaju, em duas composições de cinco vagões cada, puxadas por máquinas a vapor.

Em Aracaju, uma possante máquina a diesel substituía as duas a vapor, transportando a composição até o campo de Catu, na Bahia, a cerca de 400 quilômetros de distância.

Em 1968, foi descoberto o campo de Guaricema e Sergipe se tornou o primeiro Estado a produzir petróleo no mar, no Brasil.

Em 15 de maio de 1968, foi criada a Universidade Federal de Sergipe. A Petrobrás e a UFS foram os alicerces do desenvolvimento de Sergipe.

Saímos de uma economia rural, centrada no açúcar, para uma economia moderna, fundada na exploração estatal de minérios.

É importante fazer justiça ao Governador Luiz Garcia (1959 – 1962). Foi um modernizador, que preparou Sergipe para um salto econômico. O JK sergipano.

Luiz Garcia (foto) criou o Condese, o Banese, a Energipe, a Secretaria de Educação, Cultura e Saúde; a Estação Rodoviária, o Hotel Palace de Aracaju, o Centro de Reabilitação Ninota Garcia, o Museu Histórico de Sergipe, a Faculdade de Medicina e o IPES.

No início da década de 1960, Aracaju era uma bucólica capital, com apenas 112 mil habitantes. Essa metrópole, com 657 mil habitantes, eivada de arranha-céus, rios poluídos, trânsito engarrafado é, em boa parte, decorrência da força da Petrobrás em Sergipe.

A Petrobrás foi embora. Qual o destino econômico de Aracaju?

Agricultura e indústria são geograficamente inviáveis. A área de serviço (comércio, educação e saúde), falta-nos escala, para uma concorrência exitosa com Pernambuco e Bahia. Um parque de alta tecnologia, seria uma pretensão desmedida.

A nossa vocação é o turismo ecológico. Com a despoluição dos nossos rios Sergipe, Vaza-barris, Poxim e do Sal, com a criação de áreas verdes, limpeza e preservação dos manguezais e recuperação de dunas e restingas. Aracaju estaria pronta para um desenvolvimento sustentável.

Por isso, defendo que a área do Tecarmo seja imediatamente incorporado ao patrimônio natural de Aracaju, como uma reserva de restinga.

Claro, são ideias para submeter-se ao debate com gente mais qualificada em meio-ambiente, urbanismo e economia.

Se esse caminho for viável, não poderemos aceitar que a prefeitura privatize o Parque da Sementeira, transformando-o em área de eventos, como está previsto.

Antonio Samarone. (médico sanitarista)

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