LUIZ CARLOS PINHEIRO MACHADO: UM GRANDE BRASILEIRO

Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo

Manoel Moacir, 09 de Julho, 2020 - Atualizado em 09 de Julho, 2020

A história registra os fatos, por isso é cientifica. Ela é inexorável, ninguém escapa. Os vieses serão os registros como sujeito ou objeto, vencido ou vencedor e principal ou coadjuvante. Pinheiro Machado, o Professor Luiz Carlos Pinheiro Machado, engenheiro agrônomo, doutor em agronomia e catedrático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - URGS e titular da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, não foi um registro qualquer. Ele fez história como sujeito, principal, vencido e vencedor. Jamais omisso ou despercebido. Personalidade forte e atitudes corajosas.

Do ramo genealógico do gaúcho Pinheiro Machado, Senador da República e influente político da República Velha, conhecido como "o condestável da República". Assassinado pelas costas, com duas punhaladas de uma faca cega e enferrujada por seu vulgar algoz. O Professor Pinheiro Machado com o adjutório da faca afiada da ciência e a coragem dos destemidos não se escondeu, mas atuou do “tempo de chumbo à Nova República”. Altivez, crença e força nas ideais, o qualificaram como Pinheirão.

A história registra os fatos, por isso é cientifica. Ela é inexorável, ninguém escapa. Os vieses serão os registros como sujeito ou objeto, vencido ou vencedor e principal ou coadjuvante. Pinheiro Machado, o Professor Luiz Carlos Pinheiro Machado, engenheiro agrônomo, doutor em agronomia e catedrático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - URGS e titular da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, não foi um registro qualquer. Ele fez história como sujeito, principal, vencido e vencedor. Jamais omisso ou despercebido. Personalidade forte e atitudes corajosas. Do ramo genealógico do gaúcho Pinheiro Machado, Senador da República e influente político da República Velha, conhecido como "o condestável da República". Assassinado pelas costas, com duas punhaladas de uma faca cega e enferrujada por seu vulgar algoz. O Professor Pinheiro Machado com o adjutório da faca afiada da ciência e a coragem dos destemidos não se escondeu, mas atuou do “tempo de chumbo à Nova República”. Altivez, crença e força nas ideais, o qualificaram como Pinheirão.

Nos anos oitenta, impulsionado pelos sonhos e emoções democráticas da Nova República, Pinheiro Machado é chamado para uma desafiadora missão, dessa feita adiante da cátedra universitária, da militância associativa e dos projetos do bem-viver humano e animal: a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Organização criada na lógica da “Revolução Verde”, da legitimidade do capitalismo no campo e do aumento da produção e produtividade das lavouras e criações visando a soberania alimentar, todavia com uma perspectiva reducionista e de acumulação do capital em padrões de mais-valia.

Pinheirão não esmoreceu frente às resistências para adequar os frutos da pesquisa agropecuária pública ao universo ampliado dos agricultores e à problemática ambiental, muito antes de qualquer acordo mundial sobre as mudanças climáticas. Ao completar onze meses, menos que um ano da “lua de mel” da conquista das liberdades democráticas, ele foi alvejado e aparentemente vencido. Uma contradição exposta no patrimonialismo da pesquisa agropecuária brasileira. Os projetos na abreviada gestão de Pinheiro Machado, eram assustadores para a época, a exemplo da agricultura orgânica, meio ambiente, soberania genética, transversalidade da geração da pesquisa agropecuária com a assistência técnica e extensão rural, pluralidade dos sistemas produtivos agrícolas e a inserção de quadros democráticos na gestão da Empresa. Professor Pinheiro Machado, os seus ideais não foram olvidados, eles ecoaram mais fortes que os rojões da sua contradita derrota. Mesmo precariamente, elas prosperaram adiante. Evidências que o tempo desabrochou, próprias dos visionários que sabem, sentem e sonham. As Unidades de Pesquisa de Meio Ambiente e Agroflorestais e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, entre outros feitos, são registros de quem faz a história como vencedores.

A “modernidade líquida”, o tempo e a idade, não esmoreceram o valente Pinheirão. Mais uma vez, disponibilizou o saber, experiência e energia à agropecuária sustentável e à produção agrícola limpa e saudável, numa época onde eram tendências ou quimeras de aloprados e ecologistas. Para o professor Antônio Rosa, Pinheirão deixa um “legado de lutas contra as injustiças relacionadas às atividades agrícolas e às pessoas em geral, um referencial de dignidade”. Obrigado Mestre. Missão cumprida. Esteja em paz camarada.

Clayton Campagnolla e Manoel Moacir Costa Macêdo são engenheiros agrônomos e respectivamente ex-Presidente da Embrapa e ex-Chefe de Unidades Descentralizadas de Pesquisa da Embrapa.

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