ENGENHEIRO AGRÔNOMO ANTONINO CAMPOS DE LIMA por Manoel Moacir Costa Macêdo

Manoel Moacir, 02 de Outubro, 2020

Louvores às “Reminiscências de um Engenheiro Agrônomo”, lavra biográfica de Antonino Campos de Lima, no mês que alberga o “Dia do Engenheiro Agrônomo”. Desprezo a mente e as mãos, face a leveza da tarefa. Quão bom e agradável é escrever pelos registros da história, livre de vieses pessoais que mascaram os fatos. Não sou dos íntimos, mas um modesto colega e admirador pelas realizações, na sua longa e vitoriosa caminhada profissional. Somos convergentes na engenharia agronômica, na amizade e nos “amores cruzalmenses”.  

Antonino e obra se completam. O seu passado continua emendado harmonicamente com o presente e no traçado futuro. Recebido no berço de uma família afetiva e honrada. Infância feliz no “Carro-quebrado”. Adolescência esportiva e festiva. Ambas em Aracaju. Um bem criado. Antecipa à maturidade adulta, no encontro com a sua Nina, moça bela e prendada dos tabuleiros arenosos de Cruz das Almas, onde foi estudar engenharia agronômica na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia. Amor, parceira e companheira de meio século. Jamais um namoro “desconfiado de estudantes com as nativas”, mas um compromisso divino e abençoado pela vizinhança de Nossa Senhora do Bonsucesso, padroeira da cidade. Casou com a filha de Seu Gallotti, tradicional comerciante da cidade e construíram uma bela e honrada família.

O livro é escrito numa redação harmônica e suave. Uma leitura agradável. Apresentado numa lógica cronológica e humanista. Não se perde no tempo, nem na narrativa. Uma mistura concisa e coerente de relatos biográficos, vivências e registros profissionais. Inicia com a “Reminiscência da Infância”, seguida pela “Reminiscência da Adolescência” e ao final as “Reminiscências da Fase Adulta”. Acrescenta as homenagens recebidas em vida, justas para quem serviu com zelo a sua cidade e ao seu Estado. A exemplo de “Professor Emérito” pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. Por seus pares foi distinguido pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe - AEASE como o “Engenheiro Agrônomo do Ano”. Não menos relevantes, as telas do artista hibernado na “Fase Artística”. No capítulo, “O achado não é roubado”, descreve as lições de honestidade de seus pais no “alheio chora o seu dono”.

Vencedor na vocacionada agronomia, iniciada na CEPLAC na Bahia, referência na pesquisa e extensão rural dos trópicos. No governo do Estado de Sergipe, disponibilizou a sua generosidade profissional e sentimental. Serviu à EMATER e ao desenvolvimento rural. As flores, as abelhas e os colibris perfumam e transportam o néctar pelas avenidas por ele arborizadas. Registros da sua passagem na Prefeitura Municipal de Aracaju. Por fim, a vocação acadêmica e professoral na UFS. Professor por mais de um quarto de século e criador do Curso de Engenharia Agronômica. Na parte “O ensino”, descreve as experiências e conquistas de mestre nos cursos de ciências biológicas e engenharia agronômica. Relatos inexoráveis da criatura e memoráveis feitos. Na sabedoria grega, “o cidadão que não participa dos problemas da sua cidade, não é um cidadão silencioso, é um mau cidadão”. Antonino tem sido um bom cidadão.

Além dos dotes agronômicos, coordenou os seis primeiros “Festivais de Arte de São Cristóvão”, a quarta cidade mais antiga do Brasil e acolhedora de um patrimônio cultural da humanidade. Visionário sentimento do artista, louvado pelo Convento São Francisco, onde a Santa Irmã Dulce dos Pobres, primeira santa brasileira, iniciou o seu apostolado cristão. O passado de Antonino, alcança o presente e projeta o futuro de forma ativa e cativante. Escreve, assessora, empresaria e não raro está presente de forma competente e desprendida nos programas agrícolas de televisão, respondendo aos telespectadores sobre botânica, jardinagem e arborização. Conhecedor como poucos da flora sergipana e nordestina.

As reminiscências de Antonino, ultrapassam os relatos biográficos. Elas são lições cidadãs, humanistas e profissionais, carentes na atual quadra social. Vitorioso na vida, pois “de nada adianta ganhar o mundo, se perder a alma”. Com esse tributo, inicio as homenagens ao mês do engenheiro agrônomo, profissional presente na produção de alimentos e em consequência na desejada paz.  

[LIMA, A. de C. Reminiscências de um Engenheiro Agrônomo, Aracaju, 2020].


Manoel Moacir Costa Macêdo é engenheiro agrônomo

 

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