AGRICULTURA E AGRONOMIA BAIANA: AQUELE ABRAÇO

Por Manoel Moacir Costa Macêdo

Redação, 13 de Dezembro , 2019

Descrever o sucesso da produção agropecuária brasileira, pode parecer redundante, em face darelevante contribuição à sociedade brasileira. Ela estáentre as mais desenvolvidas do mundo e coloca o Brasilno topo dos países produtores e exportadores de alimentos. Numa quadra protecionista e acirradacompetição, ela mantém a balança comercial brasileirapositiva, a segurança alimentar protegida, e os programas sociais efetivados. A fome não está relacionada à carência de oferta de comida, mas à incapacidade de compra pelos pobres, em face da persistente e vergonhosa desigualdade. Caiu o determinismo catastrófico da “Teoria de Malthus”.

No processo produtivo da agropecuária, os louvoresrecaem sobre o empreendedorismo dos produtores rurais e às estruturas de fomento, a exemplo dos bancos e agências de políticas, desenvolvimento eincentivos fiscais. Outros atores que atuam nessa robusta cadeia de valor, não são reconhecidos, a exemplo dos profissionais da agronomia, os engenheiros agrônomos. De forma anônima eles atuam nas organizações públicas, privadas, do terceiro setor,de ensino, ciência, tecnologia, inovação, extensão, crédito, assistência técnica, políticas públicas, entre outros elos da cadeia agropecuária da “produção ao consumo”.

O Brasil nasceu na Bahia, berço da história, arte, cultura e modo de ser, pois o baiano “não nasce, estreia”. A primeira escola de ensino superior de agronomia, foi a centenária Escola de Agronomia da UFBA, por lavra do Imperador D. Pedro II, parida no Recôncavo Baiano, em São Bento da Lages, distrito de Santo Amaro da Purificação. Dela saiu uma geração de tradicionais engenheiros agrônomos, a exemplo dos sergipanos, que dentre outras valiosas contribuições ao Estado de Sergipe, lideraram a criação do Curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe – UFS, ajudaram a colocar o menor estado do Brasil como o primeiro produtor de laranja do Nordeste e o segundo do País, descobriram com ineditismo o “anel vermelho do coqueiro” e desenvolveram o relevante “modelo do ritmo das chuvas”. Também participaram com destaque no empreendedorismo privado, nas políticas públicas setoriais e no exemplar sistema de planejamento, pesquisa, assistência técnica, extensão e cooperativismo rural.

 

O Estado da Bahia, é a sexta maior economia do país e a primeira do Nordeste. A agropecuária responde por metade das exportações baianas. Localização estratégica, vantagens comparativas em logística e distribuição, ‘terra boa’, clima e energia, fazem da Bahia, líder nacional na produção de coco, manga, mamão, maracujá, sisal, mamona, caprino e ovinocultura. Ela está entre os primeiros na produção de melão, café, pimenta do reino, mandioca, cacau e laranja, entre outros. É o segundo maior produtor brasileiro de algodão, com destaque na produção de soja e milho. A matriz produtiva do setor agropecuário baiano é composta por mais de vinte e cinco alternativas de cultivos, sendo que 80% delas ocupam uma colocação nunca inferior à quinta posição nacional. Tudo isso fez da Bahia, merecedora pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, localizada em Aracaju, Sergipe, estado gêmeo da Bahia, da formulação de um territóriodenominado de SEALBA (Sergipe, Alagoas e Bahia), pelas referidas potencialidades dessa grandiosa geografia territorial. Resultados promissores tem sidoobtidos por parcerias entre os entes públicos e privados,nas siglas representativas de Alagoas e Bahia.

Entre as evidências da agricultura baiana, estão as reconhecidas competências dos engenheiros agrônomos no estamento político, no poder executivo e legislativo. Quiçá seja um exemplo único nesse país gigante e uma arguição para o “Livro dos Recordes”. Osengenheiros agrônomos na atualidade, são titulares de cinco Secretarias de Estado com missões no modo de produção da agropecuária e afins, respectivamente aSecretaria de Agricultura, do Desenvolvimento Rural, daInfraestrutura Hídrica e Saneamento, do Meio Ambiente e da cobiçada Secretaria da Educação. Além disso, de forma paritária, dois engenheiros agrônomos estão representados em cada uma das casas legislativas: Assembleia Legislativa Estadual e Câmara Federal.

Oxalá em breve, a Bahia seja governada por um engenheiro agrônomo, e as bênçãos dos orixás guiem e abençoem os engenheiros agrônomos nos complexos desafios e responsabilidades na produção agropecuária e na agronomia. Que as aleluias e conquistasultrapassem a ponte do rio Real e não carreguemressentimentos, mas estímulos e incentivos aos engenheiros agrônomos, a agronomia e a agricultura, onde quer que elas estejam.

Manoel Moacir Costa Macêdo

Engenheiro Agrônomo, PhD pela University of Sussex, Brigthon, Inglaterra


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