BASTO PEIXOTO NO COMÉRCIO DE ITABAIANA, ANOS 80

Por Jerônimo Peixoto

Jerônimo Peixoto, 29 de Janeiro , 2020 - Atualizado em 29 de Janeiro, 2020

BASTO PEIXOTO, NO COMÉRCIO DE ITABAIANA, ANOS 80

Fui chegando do Cajueiro, no Caminhão de Francisquinho de Chiquinho, que teve sua primeira parada na Praça. João Pereira, em frente à bodega de Belizário. É que, ali pertinho, fica a Serraria de João Inácio. Fui lá encomendar uma par de cancelas de sucupira.

Após uma conversa boa, botei-me a caminhar em direção à feira. Passei na bodega de seu Daniel, para tomar uma casca de pau. Fui à padaria de Tonho, na Tobias Barreto, rente com a Bodega de Sobó, onde deixei um saco para um cento de pão. Cumprimentei Zezé de Jone, no bar ao lado, onde os “sinuqueiros” já estavam afiados. Desci a Antônio Dutra, para visitar meu amigo Totó, afamado negociante do comércio da Serrana Bela. Demorei-me pouco, porque a loja estava com bom movimento. Vi, também João Leite, comerciante importante  do Povo do Zanguê, conversando com Seu Noé da madeireira

Troquei umas prosas com Tonho Cardoso e com Zé da Manteiga, gente da melhor qualidade. Subi o beco das carroças, que principia no bar de "Cândio", famoso pelo bolos de milho e pelo jogo de baralho, além de ser ponto dos carros que vão para Malhador, Moita Bonita, Ribeirópolis e para os povoados da região norte de Itabaiana. Bar bem movimentado.

Joguei meia dúzia de palavras com Gerson cabeleireiro, um dos mais requisitados barbeiros da quadra. À frente, a alfaiataria de Paulo, cujos ternos são bem acabados e de muito valor. Na esquina, a casa de ferragens de Tonho do Rosário, com um atendimento que faz gosto. Dei uma espiadinha, mas ele não estava lá. Virei à esquerda, para saber notícia de Seu Zé Gordinho, velho amigo da família. Dei de cara com Zeca do Crediário, respeitado em todo o comércio. “Béco” da Relojoaria ainda estava levantando as portas e meneou a cabeça. O armazém do finado Filomeno já estava de vento em polpa. Conversei com Zé Augusto de Zé Gordinho, enquanto Zequinha Dentista foi passando. D. Aurelina de João Inácio já se encaminhava para a sua casa comercial, juntamente com seu filho Fernando. Parou, para cumprimentar sua irmã Zaíra, no armarinho vizinho à padaria de Zé Gordinho.

Dali, dei um pulinho na Igreja e passei em frente da farmácia de Robson, da casa de João de Mané Teles, em frente ao bar de Zé Oliveira, tomei a praça da matriz e fui dar os nomes para batizar uns moleques que nasceram lá em casa e na vizinhança. Eram seis. Arre! Conversei com o padre Mário e com Seu Otávio, do Bom Jardim, que estavam com o seu Cícero, do Zanguê, o pai do Professor João de Deus. Fui ao Cartório de Maria Helena, cumprimentei D. Dóce e D. Bambina, que estavam conversando à entrada da casa.

Tomei o caminho de volta, pelo outro lado da Praça, onde Tonho de Chaga me chamou para dar um recado a D. Mariazinha, lá no Cajueiro. Fransquinho Barbosa ia descendo para a loja. Eita homem de bem! Vi seu Jaconias e D. Dezi. Passei no Cartório de Serapião, para apanhar o Registro de uns cinco afilhados que foram registrados na semana passada. Avistei Rosalvo Barbeiro, ao longe. Ele não me viu. Cumprimentei D. Neuza da loja e seu esposo.

Entrei na Rua estreita e saí na frente do Ministério do Trabalho, vizinho a Unaldo Barbeiro. Desci a Barão do Rio Branco, passei na casa de peças de Bobó, cumprimentei Nilo Base na lanchonete de Mibuje. Vi  Maninho do Armarinho proseando com Fefí, na porta da gráfica. Desci direto e fui visitar a Casa Pernambucana, de Edmundo. Zé de Belo dos relógios estava descendo da bicicleta para o fardo diário; Mesquita, do outro lado, já estava trabalhando. Vi Barreto e seu filho Osvaldo. Falei com Vicente de Belo. Xavier do bar estava passando para comprar mais carne na feira. Na Igreja de Eulina, as orações principiaram, com uma indicação de que estava cheia. Na esquina, o supermercado Ubaldo estava apinhado de gente.

Fui ao Sindicato Rural, na São Paulo. Vi Miguel de Barnabé, e Eronilde guarda, conversando com Zé Tabuna. Nelson das bicicletas já estava no batente. Desci até a loja de Miguel de Chaga, para saber notícia de Pedro Alves, seu sogro, que anda bem adoentado. Esbarrei com Anísio e com seu filho, na calçada da loja. Zé Fontes ia passando para o vinagre, e Fonseca me cumprimentou com a vista. O supermercado Apolo já estava funcionando.

Dobrei o Vapor de Joãozinho Tavares e vim conversar com Daniel, Messias e Veríssimo, no Supermercado Irmãos Peixoto, vizinho à Câmara de Vereadores. Miguelzinho Peixoto passou por mim e me fez uma pergunta: - Metade de dois, mais um? Eu lhe respondi:  - Dois! E ele: Eita, Peste. Não perde uma! Entrei na loja serrana, de Eronaldo, para dar um recado. Comprei uma bacia a Zé Augusto do Alumínio, e desci para a esquina de Bernadete de Luiz, para ver o preço das tortas de mamona. Boca Rica e Luciano têm mais barato! Fui à farmácia de Genésio, para comprar butazona. É bom para as dores. Leopoldo me viu, mas não falou comigo. Na Esquina, Vilobaldo fez um aceno. No Armazém de couro, na esquina, vizinho à d. Maria Vieira, aprecei uma capa de chuva. Sábado que vem eu compro, porque estou sem o dinheiro agora e não gosto de fiado. 

Desci a Espiridião Noronha, até a Vidraçaria Serrana, de Antônio de Anita, tonho meu irmão.  Sempre gosto de passar por lá, porque ele é muito agradável, e é modelo de atendimento. Eraldo, do Ponto Certo, me chamou para um belisco e eu tomei uma com ele. Mariano do Alumínio estava conversando com Alcides da miudeza, na frente da  Casa das Tintas, de Zé Fernandes. Voltei, dobrei a esquina da pedra da feira.

Rodrigo da Farmácia gritou por mim e eu lhe fui ao encontro, para contar umas duas piadas... Passei em D. Anete Siqueira, para pagar um dinheiro, que Maria me pediu. Fui ao Café novo Horizonte, para cumprimentar Cajuzinha e Maria, casal de amigos agradáveis. Wilson de Fransquinho me cumprimentou; estava conversando com Zé de Cajuzinha. Antônio da Farmácia Santa Maria falou comigo: - hoje tem promoção de remédio! Ao que respondi: - agradecido! Tá todo mundo regular por lá! Subi pela calçada  até a loja de Ênio para saber o preço de um três chis. Topei com Zeca de Titi, que estava puxando umas baforadas, na frente da loja e me ofereceu um par de alpercata, mas eu recusei. Tenho duas novinhas em casa, que ganhei no aniversário há poucos dias.

Quando ia atravessando a pedra da feira, Arrojado gritou: - Basto! Vai simbora agora? Bote os trens no meu carro! Vou pro Riachuelo e faço questão de lhe deixar em casa! Que levar um colchão novo? Um fogão? Um rádio? Um sofá bom? Tem guarda chuva bom? Varal de cama? Moringueiro? Só paga quando chover! Eu nem tinha tempo de responder: não! Não! Não! Não e ele já com outra oferta. Eita comerciante arrojado é Arrojado! Apenas aceitei punga dele e, no caminho, conversamos muito sobre tudo. Cheguei ao meu sítio e fui para a malhada, porque para criar tantos filhos, só mesmo trabalhando muito. Mas fiquei satisfeito com o que vi no comércio.


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