Fé que pensa, razão que crer: a dimensão da religiosidade em tempos de pandemia
Por Aislan Mendonça*
A versão mais recente e letal do coronavírus tem provocado, por um lado, a busca da ciência para encontrar a cura, e por outro, despertado nas pessoas os sentimentos reflexivos que se vinculam à religiosidade a aproximação com os preceitos da fé.
Não por acaso líderes religiosos se proponham a fazer pregações e orações pelas plataformas digitais da modernidade, ou na reclusão de templos, igrejas, e mesmo nos lares. A receptividade das pessoas com as palavras de alerta e consolo proferidas é um fenômeno que ajuda a conter a proliferação da Covid-19 e vem sendo a liga invisível mas consistente entre a ciência, o fato, o empírico e a fé, devoção e a esperança no sobrenatural.
Neste sentido, a pandemia atual evoca a dimensão misteriosa da mensagem bíblica. São Tomás de Aquino em seus escritos sobre o tratado da fé exorta as virtudes teologais pelas quais as pessoas devem se alinhar: primeiro a fé, segundo e esperança e terceiro a caridade.
E é justamente a narrativa bíblica da passagem de Cristo pela terra que subsidia a fé cristã no mundo, sobretudo em tempos de calamidades.
Quando se abate turbulências sobre a humanidade da natureza semelhante a pandemia do coronavírus, os estudos que se debruçam acerca do
impacto da religião na saúde e seu poder para enfrentar momentos difíceis.
A espiritualidade é, em última análise, uma forma de interpretar o mundo. De acordo com muitos especialistas do assunto, crer em algo transcende o imediatismo e pode ser o antídoto para que a humanidade atravesse com segurança épocas como esta que vivemos.
Os resultados obtidos por inúmeros estudos apontam que quanto maior o nível de envolvimento religioso, menores são os níveis de depressão, índices de suicídio, problemas com álcool e outras drogas, maior qualidade de vida e menor mortalidade geral.
Para o especialista, a pandemia vivida por todo o mundo atualmente chama a atenção das pessoas como um lembrete da mortalidade.
Na esteira do período pascal, cuja simbologia no calendário cristão remete à morte e ressurreição do Cristo, humildemente me somo às milhões de vozes que suplicam pela misericórdia divina diante das agruras porque passamos mas ao tempo que imagino que a civilização contemporânea possa ser racional e fervorosa; científica mas espiritualista; humana mas modelo do que nos ensinou o Nazareno.
*Aislan Mendonça é advogado, cristão, católico e esperançoso em dias melhores.
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