A Pandemia e os Sistemas de Saúde. (por Antonio Samarone).

Redação, 21 de Abril , 2020 - Atualizado em 21 de Abril, 2020

 


Existem diversos modelos de Sistema de Saúde pelo Mundo.

Os Estados Unidos possui um Sistema privado, centrado na medicina de mercado, com elevada incorporação tecnológica. Essa explosão de óbitos (42.897, até agora), tem surpreendido.

O sistema de saúde americano, o mais caro do mundo, não respondeu bem, não estava preparado para enfrentar a Pandemia.

A medicina de mercado não atendeu as necessidades epidemiológicas. Isso fragilizou a visão sobre a “excelência” da medicina americana.

A Europa possui Sistemas de saúde de inspiração pública, herança do Welfare State. Do famoso “National Health Service” - NHS inglês, ao Sistema Público de Portugal, em todos, a medicina de mercado é secundária.

O que aconteceu na Europa? Como esses Sistema de saúde responderam a Pandemia? Até hoje: Itália, 24 mil óbitos, Espanha e França 20 mil óbito e Inglaterra 16 mil óbitos. A Alemanha escapou, 4.800 óbitos até agora. Todos ressaltam a organização dos serviços de Saúde alemão.

Os Sistemas públicos europeus também não responderam a Pandemia. Eles são públicos quanto ao financiamento, mas a medicina dominante é a mesma dos EUA, a chamada medicina científica.

A grande exceção da Europa foi Portugal. Até agora, 735 óbitos. Não tenho informações suficientes para levantar nenhuma hipótese.

Quem está se saindo bem no enfrentamento da Peste são os países asiáticos. China com 4.632 óbitos, Japão com 263 óbitos, Correia do Sul com 237 óbitos, Singapura com 11 óbitos, Taiwan com 6 óbitos e Hong Kong com 4 óbitos.

Parece que o modo de vida tem mais influência sobre a determinação da saúde, que os sistemas de saúde.

E o Brasil?

O SUS tem se mostrado o nosso maior recurso para enfrentarmos a Pandemia. Talvez o único recurso! Mesmo tendo sofrido várias operações de desmonte, o SUS sobreviveu.

Ninguém houve falar nos Planos de Saúde, estão recolhidos, contabilizando os lucros.

Durante a preparação para a Copa do Mundo, se achava exagero a crítica de que o dinheiro empregado para a construção dos estádios, era mal empregado, deveria ser usado para fortalecer a saúde e a educação. Por ironia, estamos transformando os campo de futebol em hospitais, nesse momento de crise.

As grandes fragilidades brasileira para enfrentamento da Pandemia são a nossa desigualdade social e a profunda divisão política da sociedade. Não existe entendimento nem sobre a morte. A maior preocupação é a chegada do vírus nas comunidades mais pobres.

E Sergipe? Fica para outra oportunidade.

Antonio Samarone.


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