Há mais de 60 dias Sergipe enfrenta a pandemia do Coronavírus e, mesmo com os números aumentando, o estado mostra que não está adotando as medidas de isolamento social, maior recomendação de enfrentamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com mais de 2 mil casos confirmados e com a previsão de aumento, a população segue nas ruas sendo exposta ao risco de contrair a doença. Seria o momento de adotar o “Lockdown?”

Quando o estado registrava os primeiros casos, o índice de isolamento social era de 49,5%, ocupando a 12ª posição no ranking entre os piores índices do país (de acordo com os dados do instituto In Loco no dia 12 de abril). Na última atualização, feita no dia 10 deste mês, Sergipe é o 8º do país com o pior índice da medida, com 43,7%.

Outro agravante é: o sistema de saúde pública do estado tem capacidade de suprir as necessidades da população? Os leitos de UTI utilizados para o tratamento da Covid-19 nos casos mais graves já estão com a taxa de 69,6% de ocupação. Uma pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS) prevê que dentro de três dias, Sergipe estará com todas as UTIs ocupadas, colocando o estado numa situação de colapso.

Para evitar o colapso, alguns municípios já adotaram o Lockdown e Aracaju já tem a recomendação da Defensoria Pública para adoção da medida por pelo menos oito dias. No Brasil, a medida já está em vigor em municípios do Maranhão, do Pará, na capital cearense, Fortaleza, e também em alguns bairros da cidade do Rio de Janeiro. 

Como e quando deve ser adotado o lockdown?

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) orienta para que sejam realizados pesquisas e estudos para entender a dimensão da pandemia em cada região e, com base nos dados, pode ser determinar medidas para reduzir o ritmo de crescimento de casos e preparar o sistema de saúde para o atendimento adequado e com qualidade às pessoas acometidas com as formas graves da covid-19.

A fiscalização do cumprimento das regras pode ser feita por profissionais da segurança pública, como a guarda civil municipal. Não existe a possibilidade de prisão por esse crime. Na prática, é registrado um Termo Circunstanciado, que equivale a um boletim de ocorrência, e a pessoa deve comparecer a uma audiência e, se for condenada, pode prestar serviço social ou pagar multa.

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