Alerta: insuficiência renal e úlceras são algumas consequências da automedicação

Redação, 21 de Agosto , 2020

Com a pandemia do novo coronavírus ficou mais visível o uso de medicamentos com potenciais efeitos colaterais graves, de forma indiscriminada, sem qualquer tipo de orientação médica ou de algum profissional de saúde. O alerta é do médico infectologista Matheus Todt que chama a atenção para as consequências.

“Uma das principais causas, por exemplo, de insuficiência renal crônica é pelo abuso analgésicos e anti-inflamatórios. Complicações gástricas como úlceras e gastrites graves são também pelo abuso de anti-inflamatórios comuns. No caso da Covid-19, percebemos que houve um excesso de medicamentos, de suplementos que não têm um reconhecimento científico de eficácia e sem indicação médica precisa”.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios-Pnad/Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, com 13,3 milhões de pessoas que fizeram queixa na última semana do mês julho por sintomas da gripe, revelou que entre os sintomas mais comuns estavam dor de cabeça (6 milhões), nariz entupido ou escorrendo (5,2 milhões) e tosse (4,7 milhões). Os dados mostram ainda que cerca de 60% admitiram que se automedicaram. Entre os entrevistados, 75, 7% não procuraram um profissional de saúde, 11% foram ao médico e tomaram um remédio prescrito e 6% se consultaram remotamente ou receberam visita de agente de saúde em casa.

“Todo medicamento deve ser utilizado com uma orientação de um profissional de saúde. Para a COVID ou infecções virais de vias respiratórias, é sempre recomendável que nos casos de sintomas leves, se possível, não fazer uso de medicamento algum. Se houver sintomas um pouco mais intensos, mas que não necessitem de consulta em hospital, a exemplo de coriza, dor no corpo, febre baixa, a indicação é que preferencialmente se use medicamentos antigripais habituais. Entretanto, a utilização maior do preconizado em bula e, de forma alguma, utilize medicamentos por indicação de terceiros que não profissionais da área de saúde. Isso vale também para polivitamínicos que tecnicamente não são medicamentos perigosos”, ressalta.

Todt, que é professor do curso de Medicina da Unit, cita ainda que as distorções de informações levaram a uma procura por medicamentos como os antimaláricos (hidroxicloroquina), os vermífugos (ivermectina) e alguns suplementos (vitamina D).
“Não há um efeito benéfico no tratamento da COVID com a hidroxicloroquina. Muitas pessoas tomaram inadivertidamente e deixaram quem fazia uso crônico, por indicação médica, sem o medicamento. Alguns tiveram intercorrências cardíacas até mesmo graves. A ivermectina, apesar de medicamento mais seguro, há relatos de pacientes que tiveram hepatites pelo abuso. No caso da vitamina D, não há nenhum estudo que comprove a eficácia e, também, existem relatos de crianças e adultos com intoxicação por vitamina D pelo mau uso. Então, fica a velha máxima de medicamento mínimo possível e, preferencialmente, com a indicação médica e nada de ficar utilizando medicamento com quadros muito leves ou por indicação de amigos ou colegas que não são profissionais da área de saúde”, conclui.

Fonte: Assessoria de Imprensa | Unit


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