Retinoparia diabética: Complicação afeta mais de 34% das pessoas com diabetes e pode causar cegueira

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Doença compromete os vasos sanguíneos da retina e, se não for controlada, coloca em risco a visão

No Brasil, mais de 20 milhões de pessoas vivem com diabetes. Em Sergipe, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, são 204.689 com a doença. A condição pode afetar diversos órgãos e sistemas do corpo, incluindo os olhos, e levar a uma complicação comum, mas preocupante: a retinopatia diabética, uma das principais causas da perda de visão em adultos em idade ativa.

A condição afeta os vasos sanguíneos da retina, que é a parte do olho responsável pela captura de imagens, e causa microaneurismas, vazamentos, ou oclusões vasculares. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, estima-se que cerca de 34,6% dos pacientes com diabetes desenvolvem algum grau de retinopatia diabética.

A probabilidade de desenvolver a doença aumenta com o passar dos anos de convivência com o diabetes, especialmente em casos onde o controle dos níveis de glicose no sangue é inadequado, como explica o Presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia (SSO), Dr. Allan Luz.

“Pacientes que convivem com o diabetes há mais de 10 ou 20 anos, mesmo mantendo os níveis de glicose sob controle, têm maior risco de desenvolver algum grau de retinopatia. Se o diabetes estiver descontrolado, esses danos podem ser ainda mais graves, com risco de sangramentos na retina e perda significativa da visão”.

A retinopatia diabética pode ser assintomática no início, mas com o tempo provoca visão embaçada, manchas escuras e, nos casos mais graves, perda de visão. Para Allan Luz, o acompanhamento regular com um oftalmologista é essencial para detectar alterações precocemente e evitar complicações maiores.

“Muitas vezes, doenças como diabetes e hipertensão são diagnosticadas inicialmente pelo oftalmologista. Há casos em que o paciente está buscando apenas uma troca de óculos, porém, em uma consulta completa, o oftalmologista pode identificar sinais dessas condições e orientar o paciente a iniciar o tratamento adequado”, diz.

Tratamento

Atualmente, a retinopatia diabética conta com tratamentos eficazes que podem reduzir o edema e tratar sangramentos na retina.

“As opções de tratamento incluem a aplicação de laser, que corrige vasos sanguíneos anormais, injeções intravítreas de medicamentos anti-VEGF, que ajudam a controlar o crescimento de novos vasos e reduzir o edema. Em casos mais avançados, cirurgias de vitrectomia para remover sangue ou tecido cicatricial da retina. Esses tratamentos, quando realizados de forma precoce, são fundamentais para preservar a visão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, pontua Allan Luz.

24h pelo Diabetes

A campanha ‘24 horas pelo Diabetes’, promovida pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) com apoio da Sociedade Sergipana de Oftalmologia (SSO), busca mobilizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde ocular. Para o presidente da SSO, Dr. Allan Luz, a chave para prevenir a cegueira causada pela retinopatia diabética está na conscientização e no estímulo à procura por acompanhamento oftalmológico regular.

“É fundamental adotar os cuidados adequados, como realizar consultas oftalmológicas anuais e monitorar comorbidades e histórico familiar. Se você tem casos de diabetes na família, é ainda mais importante buscar um oftalmologista. Cuidar da diabetes é evitar que a retinopatia chegue ao estágio mais grave e cause cegueira”, finaliza.

Sobre Allan Luz

Especialista em transplante de córnea, no tratamento da ceratocone e na realização de cirurgia refrativa, Allan Luz é formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e iniciou suas atividades acompanhando o Dr. Mário Ursulino, fundador do Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), referência em oftalmologia no estado. Atualmente é presidente da Sociedade Sergipana de Oftalmologia, professor e coordenador do curso de especialização do HOS, pioneiro e único na área em Sergipe.

Dr. Allan Luz também possui doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e premiações nacionais e internacionais. É palestrante e acumula em sua trajetória mais de 100 aulas em congressos e simpósios nacionais e internacionais, além de 40 artigos reproduzidos nas mais respeitadas publicações científicas.

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