Casos de mulheres forçadas a produzir conteúdo explícito para plataformas como o OnlyFans estão levantando alertas sobre o tráfico sexual em ambientes digitais. Apesar de a empresa afirmar que proíbe contas associadas a tráfico de pessoas, prostituição forçada e trabalho escravo, as denúncias destacam a dificuldade de monitorar e prevenir esses crimes na plataforma.
Histórias de Terror
Entre os casos relatados, uma jovem de 23 anos foi mantida em cativeiro por dois anos por Austin Koeckeritz, que a forçou a gravar vídeos de atos sexuais para venda online. Resgatada em 2022 em Wisconsin, ela relatou ter vivido sob constante intimidação e violência, descrevendo o período como “uma prisão onde a morte parecia ser a única saída.” Koeckeritz cumpre pena de 20 anos após admitir tráfico sexual.
Outro caso nos Estados Unidos envolveu um casal que gerenciava operações de tráfico sexual em seis estados. Usando o OnlyFans como ferramenta para organizar encontros sexuais e vender pornografia, o marido permanece detido aguardando julgamento, enquanto a esposa confessou envolvimento.
Métodos de Coerção
Segundo investigações, os criminosos frequentemente recorrem a violência, ameaças ou promessas de amor para manipular as vítimas. Relatos incluem mulheres espancadas, estupradas e marcadas com tatuagens dos nomes de seus agressores. Muitas foram mantidas em locais isolados por longos períodos, forçadas a criar conteúdo pornográfico sob vigilância constante.
Em um caso emblemático, uma mulher escreveu um bilhete desesperado para a polícia, escondendo-o no jardim da casa onde era mantida. Dias depois, foi resgatada.
A Plataforma e as Lacunas
O OnlyFans se posiciona como um ambiente seguro que empodera criadores de conteúdo. No entanto, investigações revelaram que a plataforma pode ser usada para exploração. Especialistas apontam que a natureza do site dificulta a detecção de crimes, permitindo que criminosos lucrem com o abuso de mulheres.
Contexto Internacional
Casos semelhantes também ganharam notoriedade fora dos EUA, como o do influenciador Andrew Tate, acusado na Romênia de forçar mulheres a produzir pornografia para o OnlyFans. Tate nega as acusações, mas a situação reforça a necessidade de um debate global sobre regulamentação e proteção em plataformas de conteúdo adulto.