Ex-presidente rejeita acusações sobre conspiração para golpe e assassinatos, mas é alvo de investigação da Polícia Federal
Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília nesta segunda-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou participação na trama golpista que envolvia militares e no suposto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorre dias após seu indiciamento pela Polícia Federal junto a 36 aliados, sob acusação de integrar uma organização criminosa que buscava manter Bolsonaro no poder em 2022.
“Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, eu ia falar: ‘tá, tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como é que fica?’”, disse Bolsonaro, refutando qualquer envolvimento direto. Apesar disso, gravações obtidas pela Polícia Federal mostram o general Mário Fernandes, um dos envolvidos no plano, afirmando que o ex-presidente aceitou o “assessoramento” de militares golpistas.
A investigação aponta que Bolsonaro e seus aliados são responsáveis por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Em sua defesa, o ex-presidente alegou que agiu “dentro das quatro linhas da Constituição” e insinuou que o plano golpista sequer foi iniciado.
Além disso, Bolsonaro fez declarações sobre sua preocupação com uma possível prisão iminente: “Eu posso ser preso ao sair daqui [do aeroporto]”. Ele criticou a interpretação das acusações, afirmando que “não podemos começar agora a querer punir o crime de opinião ou de pensamento”.
As declarações surgem em um contexto de aprofundamento das investigações da Polícia Federal, que vincula Bolsonaro a ações de militares que planejavam um golpe de Estado e o assassinato de autoridades. O caso tem gerado grande repercussão política e judicial, aumentando a pressão sobre o ex-presidente.