O COMUNISMO ATUAL É O “BOI DA CARA PRETA” DO CAPITALISMO (II)

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Manoel M. Tourinho; Manoel Moacir C. Macêdo; Gutemberg A. D. Guerra

A palavra comunismo em sentido literal, apresenta distintos conceitos. De um lado, um sistema econômico e social baseado na propriedade coletiva ou ainda, “qualquer doutrina social, política e econômica que proponha alguma forma de propriedade coletiva dos meios de produção”. De outro, uma “teoria ou prática dos reformadores sociais que defendiam, por exemplo, uma vida comunitária livre de controle hierárquico, gozo comum da propriedade e das amenidades, quer para toda uma sociedade, quer para a elite dirigente”.

Alguns desses reformadores foram adeptos do anarquismo ou do sindicalismo. O termo é também usado às vezes imprecisamente para descrever as “atividades e princípios de certos Estados ou órgãos políticos, mesmo onde não se apresentam como comunistas”. Quiçá um consentido conceito desprovido de conteúdo para desqualificar a sua essência filosófica. 

Importante destacar, que o emblemático filósofo Karl Marx, nunca escreveu sobre a implantação do comunismo em sua práxis, apesar de sua magnifica obra, “O Manifesto do Partido Comunista” de 1848, acentuar o adjetivo. O proposto nesse ensaio, é centrar de forma modesta nas considerações sobre o comunismo atual, ficcional, usado como o “boi da cara preta” para assustar crianças, trabalhadores, religiosos, e donas de casa, entre outros. A estratégia do dominante capitalismo, é assustar a sociedade em seu medo de perder privilégios e propriedade privada, por um suposto e perigoso comunismo.

Nesse sentir, abstrai-se a preponderante e atualizada questão: intencionalidade do capitalismo ou desconhecimento da história? 

A grande questão do capital e dos capitalistas não está na propriedade privada, mas na problemática derivada da consciência de classe dos trabalhadores. Não é única, mas há outras mais prementes como a substituição dos humanos pelas máquinas, hierarquia e controle externo das organizações.

Permanece no imaginário social, em formas atuais, como descrito na “modernidade líquida”, as formas voláteis da acumulação do capital, em desprezo as expressões da luta de classes, como movimento de mudança social, pela utopia revolucionária, patrocinada pela majoritária classe trabalhadora, possuidora tão somente da precáriaforça do trabalho.

Na verdade, a luta de classes é própria e intrínseca ao dominante capitalismo. Ela é visível na abismal desigualdade, expressa na acumulação de

bens nas mãos de poucos, os possuidores dos meios de produção, a chamada

classe social dominante, a burguesia. Para o caso brasileiro, a chamada “elite do atraso”, concentradora de terra e capital, além da captura dos privilégios estatais, expressos em suas diversas dimensões, frente à maioria desigual e possuidora da mão-de-obra.

Ao final, não custa lembrar que a lógica reconstruída do comunismo a ser perseguida como uma utopia da igualdade “de cada um de acordo com as suas habilidades e a cada um conforme assuas necessidades” já seria um avanço histórico na luta de classes.

Manoel M. Tourinho; Manoel Moacir C. Macêdo; e Gutemberg A. D. Guerra, são engenheiros agrônomos e pós-graduados em Ciências Sociais.

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