Entenda o que são Cidades-Esponja e como elas ajudam a enfrentar as mudanças climáticas

Compartilhe

Técnicas como jardins de chuva, pavimentos drenantes e arborização urbana são alguns exemplos presentes nas cidades-esponja, arquiteto explica como funciona

As mudanças climáticas têm aumentado a frequência de eventos extremos, como chuvas intensas e inundações, pressionando a infraestrutura das cidades contemporâneas. Para lidar com esses desafios, é necessário que as cidades se tornem mais preparadas e resilientes. Um conceito que tem ganhado importância nesse cenário é o das “cidades-esponja”, que propõe soluções urbanísticas para melhorar a absorção e o gerenciamento das águas pluviais.

O conceito de cidades-esponja se refere a qualquer cidade que incorpora técnicas de permeabilidade do solo, drenagem urbana e armazenamento temporário de água da chuva, como explica o arquiteto e urbanista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Rooseman de Oliveira Silva. “Elas operam utilizando técnicas urbanísticas de arquitetura e engenharia, como jardins de chuva, arborização urbana, parques e praças alagáveis, pavimentos drenantes e tanques subterrâneos”, completa Rooseman.

Para atingir esses objetivos, as cidades-esponja utilizam diversas técnicas, tais como:

  • Jardins de chuva: áreas verdes com solo permeável que retêm a água da chuva, evitando que ela escoe para o sistema de drenagem convencional.
  • Arborização urbana: árvores que ajudam a absorver a água da chuva e diminuir o escoamento superficial.
  • Parques e praças alagáveis: projetados para serem inundados durante chuvas fortes, armazenando a água e liberando-a lentamente.
  • Pavimentos drenantes: permitem que a água da chuva infiltre no solo, reduzindo o volume que chega aos sistemas de drenagem.
  • Tanques subterrâneos: armazenam a água da chuva para uso posterior, como irrigação de jardins ou lavagem de ruas.

Os benefícios dessas soluções são variados. As cidades-esponja melhoram a absorção e o escoamento das águas pluviais, diminuindo significativamente os riscos de alagamentos intensos. Além disso, promovem o reuso das águas armazenadas, eliminam as ilhas de calor e carbono, e criam um microclima agradável em áreas densamente ocupadas. “Essas medidas reduzem os impactos das chuvas através da permeabilidade do solo e das soluções de escoamento e armazenamento hídrico-pluvial”, ressalta o professor.

Exemplos de cidades-esponja no mundo

  • Xangai (China): uma das maiores cidades do mundo, Xangai investe pesadamente na construção de infraestrutura verde para se tornar uma cidade-esponja.
  • Nova York (Estados Unidos): a cidade de Nova York também tem implementado diversas medidas para aumentar a permeabilidade do solo e melhorar a drenagem urbana.
  • Curitiba (Brasil): conhecida por suas soluções inovadoras em transporte público e planejamento urbano, Curitiba também tem incorporado o conceito de cidades-esponja em seus projetos.
  • São Paulo (Brasil): a maior cidade do Brasil enfrenta diversos desafios relacionados à água, como inundações e escassez, e o conceito de cidades-esponja pode ser uma solução para esses problemas.

Tecnologia, planejamento urbano e arquitetura sustentável

Segundo Rooseman, há várias tecnologias verdes que podem ser aplicadas nas cidades-esponja, como pavimentos permeáveis, sistemas de captação de água da chuva e sistemas de reuso de água. “Na maioria das vezes, essas soluções são simples, com baixo investimento e alta eficiência”, afirma.

O planejamento urbano e a arquitetura também têm um papel crucial na implementação das cidades-esponja. Adotar soluções sustentáveis em projetos arquitetônicos e urbanísticos, além de incluir a participação pública na aprovação de planos diretores que incorporem dispositivos legais alinhados aos desafios climáticos, são passos essenciais para criar cidades mais resilientes.

“O impacto na biodiversidade e na qualidade de vida é significativo, com a redução dos riscos de enchentes, melhoria do microclima local, redução da poluição atmosférica e dos custos gerados por soluções emergenciais, além de uma melhoria geral na saúde urbana coletiva”, complementa Rooseman.

O arquiteto enfatiza que, para que essas ideias se concretizem, é essencial sensibilizar tanto a população quanto os representantes dos poderes públicos. “Especialmente o legislativo municipal, para que incluam em suas agendas a discussão e aprovação de leis urbanísticas compatíveis com o modelo de cidades com infraestrutura verde e princípios semelhantes aos das cidades-esponja”, conclui.

Fonte: Asscom Unit

Ultimas notícias

PM prende suspeitos por porte ilegal de arma de fogo e desma...
PM prende suspeitos por porte ilegal de arma de fogo e desma...
Polícia Militar prende suspeito por porte ilegal de arma de ...
PM prende suspeito por tráfico de drogas ilícitas na Zona No...
Governo do Estado divulga programação esportiva do Verão Ser...
Polícia Militar prende dupla por tráfico de drogas ilícitas ...