Parlamentares denunciam prejuízos econômicos, sujeira nas ruas e riscos graves à saúde causados pela prática
A queima da cana-de-açúcar foi alvo de intensos debates na Assembleia Legislativa de Sergipe, nesta terça-feira (4). Parlamentares apontaram os danos econômicos, ambientais e à saúde pública, além dos transtornos diários enfrentados pela população, especialmente em municípios como Areia Branca, Itabaiana, Nossa Senhora das Dores e Maruim.
O deputado Marcos Oliveira (PL) criticou duramente a persistência dessa prática agrícola antiquada:
“É de chorar, mas a realidade é dura: muitos pais e mães acordam com suas casas envoltas em fuligem. Isso não é decoração de inverno, é prejuízo na certa. Temos procedimentos no MPSE, mas ainda sem solução concreta”, afirmou, cobrando medidas enérgicas.
A situação se agrava com o aumento do consumo de água para limpar a fuligem que se acumula nas ruas e nas residências, o que pesa ainda mais no bolso dos moradores.
A deputada Linda Brasil (PSOL) reforçou a necessidade de uma intervenção direta do Ministério Público de Sergipe (MPSE):
“As fuligens das queimadas atingem a população de Maruim e prejudicam a saúde das pessoas. Precisamos de ações firmes e urgentes.”
Já o deputado Luizão Donatrampi (União Brasil) destacou o impacto negativo da prática na saúde pública:
“Muitas pessoas adoecem e nem sabem a origem. É essencial convocar os usineiros e exigir prazos para acabar com esse problema. A mecanização é o caminho: modernizar a colheita e abandonar de vez essa prática poluidora.”
A prática da queima, que visa facilitar a colheita manual da cana, já é considerada ultrapassada, além de estar associada a problemas respiratórios graves, especialmente em crianças e idosos.
A mobilização dos deputados acende um alerta para que soluções efetivas, como a mecanização da colheita, sejam adotadas, buscando proteger a população e o meio ambiente.