A Autoridade do Canal do Panamá negou alegações do Departamento de Estado dos EUA de que as embarcações do governo norte-americano poderiam atravessar o canal sem pagar taxas, um comentário que aumentou as tensões entre os dois países. A Autoridade, agência autônoma supervisionada pelo governo panamenho, respondeu diretamente à declaração, esclarecendo que não houve mudanças nas taxas de travessia e reafirmando a disposição para dialogar com os EUA sobre o trânsito de embarcações de guerra.
O Departamento de Estado dos EUA havia informado que o Panamá havia acordado em não cobrar mais taxas para embarcações do governo dos EUA, o que representaria uma economia significativa para os Estados Unidos. No entanto, a Autoridade do Canal refutou essa afirmação e reiterou que qualquer modificação nas taxas ainda poderia ser discutida com as autoridades norte-americanas.
A questão do Canal do Panamá tornou-se especialmente sensível desde que o ex-presidente Donald Trump ameaçou retomar o controle da travessia, acusando o Panamá de cobrar taxas excessivas para a utilização do canal, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Trump também acusou o Panamá de ceder o controle do canal à China, uma afirmação que tanto o Panamá quanto a China desmentem.
Essa polêmica ocorre em meio a um clima de tensão diplomática entre os dois países, com o governo panamenho buscando evitar o desgaste de relações, enquanto também se distanciam de compromissos com iniciativas chinesas, como o Cinturão e Rota. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e reafirmou que o Panamá não devolverá o controle do canal.