O cancelamento das isenções fez a tarifa saltar de 10% para 25%
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (10) um aumento nas tarifas de importação de aço e alumínio, elevando a taxa para 25% sobre os produtos vindos de todos os países exportadores. A medida, que amplia a tarifa de 10% imposta em 2018 durante seu primeiro governo, visa, segundo Trump, proteger a indústria norte-americana e evitar o que ele considera uma concorrência desleal.
A medida atinge diretamente Brasil, México e Canadá, principais fornecedores da matéria-prima. O Brasil, segundo maior exportador de aço e ferro para o país, está diretamente envolvido na questão, mas, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), não deve ser fortemente impactado pela decisão.
Impacto no Brasil
Em 2024, o Brasil registrou um recorde na exportação de aço e ferro para os Estados Unidos, totalizando mais de US$ 6 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Atualmente, 48% das exportações brasileiras dessas commodities têm como destino o mercado norte-americano.
Apesar do aumento da tarifa, especialistas afirmam que o impacto para o Brasil pode ser minimizado devido à forte relação entre empresas dos dois países. O presidente da FIEMG destacou que muitas companhias norte-americanas que processam aço e alumínio têm relações comerciais estreitas com indústrias brasileiras, o que pode atenuar os efeitos da nova taxa.
Repercussão Internacional
A decisão de Trump gerou reações no mercado internacional. Analistas alertam que o aumento das tarifas pode desencadear retaliações por parte de outros países e afetar cadeias globais de suprimentos. A União Europeia e a China, que também são grandes exportadores de aço para os Estados Unidos, devem avaliar medidas de resposta.
O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida, mas setores da indústria nacional já começam a monitorar possíveis impactos e estratégias para mitigar eventuais perdas.
Futuro das Relações Comerciais
A nova tarifa sobre o aço e alumínio deve ser um dos primeiros desafios para o Brasil nas relações comerciais com um eventual segundo governo de Donald Trump. Ainda resta saber se haverá espaço para negociações bilaterais que possam suavizar os impactos sobre a indústria brasileira e manter o fluxo de exportações com os Estados Unidos.
Foto: The White House/ Andrea Hanks