BBAS3 em Queda Livre: Ações Despencam Quase 15% Após Balanço Decepcionante
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) iniciaram o pregão desta sexta-feira (16) com uma queda acentuada de quase 15%, refletindo a forte reação negativa do mercado aos resultados do primeiro trimestre de 2025. Por volta das 11h, os papéis do banco recuavam 12,7%, cotados a R$ 25,66.
O Banco do Brasil reportou um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda de 20% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado ficou consideravelmente abaixo da projeção do consenso Bloomberg, que estimava um lucro de R$ 9,1 bilhões para o período.
Analistas do BTG Pactual classificaram o balanço como “pior do que se temia”. O JP Morgan também expressou preocupação com o resultado final, considerando-o “muito fraco” e antecipando uma reação negativa do mercado, com uma queda relevante nas ações do BB.
A avaliação do banco americano aponta para o impacto negativo de uma nova regra contábil e a deterioração do crédito, especialmente no setor do agronegócio, como fatores que tornaram o resultado do Banco do Brasil decepcionante. A margem financeira bruta do BB registrou uma queda de 7,2% na comparação anual, atingindo R$ 23,9 bilhões, influenciada por um aumento de 10,7% na despesa esperada e uma queda de 35,3% na recuperação de crédito.
Evandro Medeiros, analista da Suno Research, considerou o trimestre desafiador, com a inadimplência rural em alta pressionando os resultados e exigindo maior cautela da gestão. Ele também destacou o crescimento da inadimplência total, aproximando-se dos níveis do Bradesco, e um índice de cobertura considerado inadequado diante do cenário de pressão nas perdas. Apesar do crescimento na receita de juros, o aumento do custo de captação comprimiu a margem financeira, impactando a rentabilidade do crédito para o banco.
Diante desse cenário, o mercado demonstra forte aversão às ações do Banco do Brasil, com analistas revisando suas perspectivas e alertando para um dia de forte volatilidade para os papéis da instituição financeira.