Operação Sem Desconto: AGU Mira Mais Quatro Entidades em Esquema de Fraudes no INSS
A investigação sobre o bilionário esquema de fraudes em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganha novos contornos. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, informou nesta sexta-feira (16) que mais quatro entidades associativas devem ser incluídas no processo, levantando a suspeita sobre um montante ainda maior de recursos desviados ao longo dos anos. Embora o valor exato a ser bloqueado cautelarmente dessas novas entidades não tenha sido divulgado, a medida indica a extensão da operação.
Na semana anterior, a AGU já havia solicitado à Justiça Federal o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas, consideradas o “núcleo da fraude” e responsáveis pelo maior número de reclamações de segurados do INSS. Segundo o ministro Messias, a inclusão de novas entidades é uma possibilidade concreta, impulsionada pelas informações fornecidas pelos próprios aposentados que registraram descontos indevidos. A AGU acredita que um grande número de entidades foi criado a partir de 2019 com o objetivo principal de fraudar o sistema, sem oferecer benefícios reais aos associados.
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), investiga o desconto irregular de mensalidades de entidades associativas diretamente da folha de pagamentos do INSS. As cifras iniciais da PF apontam para R$ 6,3 bilhões em descontos suspeitos entre 2019 e 2024. Mais de 1 milhão de pedidos de reembolso de descontos não autorizados já foram registrados por aposentados e pensionistas, que podem formalizar suas contestações através da plataforma Meu INSS ou pelo telefone 135. Cerca de 9 milhões de segurados começaram a ser notificados sobre esses descontos, podendo agora identificar a entidade responsável pelo débito no aplicativo Meu INSS.
