A radicalização política ocorrida no Brasil nos últimos anos, principalmente a partir do surgimento do bolsonarismo, provocou o posicionamento de vários setores da sociedade que se manifestaram publicamente sobre suas escolhas, muitas vezes antagônicas às suas crenças.
Durante a maior parte do governo passado foi criada uma narrativa contrária a eficiência do sistema eleitoral brasileiro, bem como foram desferidos ataques as instituições republicanas, induzindo os incautos a cometerem crimes e reagirem com uso da violência. Com a derrota nas eleições, sem que nenhuma fraude fosse comprovada, deu-se início a as concentrações de manifestantes em frente aos quartéis, clamando por ima intervenção militar. O que vimos desde então foram sandices explícitas, que desafiaram o conceito de civilidade, inteligência e percepção da realidade.
Tudo fruto da ambição pelo poder daquele que não soube respeitar o jogo democrático, onde quem perde uma eleição aguarda a próxima para pleitear novamente o voto do povo.
O acirramento dos ânimos trouxe no seu ventre o crescimento da intolerância, dos crimes de ódio, do racismo, xenofobia, intolerância religiosa, cultural e sexual etc. bem como a disseminação de noticias falsas, que incontáveis prejuízos trazem para a sociedade com um todo.
Vimos por ainda esses dias a agressão sofrida por Marcelo Rubens Paiva, tetraplégico e idoso, autor do livro “Ainda estou Aqui” que ao ser transformado em filme levou a cinegrafia nacional ao topo da glória ao receber o Oscar de melhor filme estrangeiro. O agressor, ao que se saiba, agiu por motivos meramente politico, incentivado pelos os discursos de ódio difundidos nas redes sociais por pessoas que se dizem patriotas e conservadores, mas que na realidade são agentes políticos que promovem o conflito como forma de alcançar seus objetivos. Esse é apenas um exemplo recente do nível de mentalidade daqueles que cegamente acreditaram na mentira da eleição fraudada.
Alguns estão presos, outros muitos estão por aí, remoendo a ira, disfarçados ou não, defendendo criminosos, e elogiando suas práticas horrendas de ontem, desenterradas nas telas mundiais pelo filme premiado.
A democracia é soberana e deve ser a bandeira desfraldada e defendida pelo verdadeiro líder, aquele imune as loucuras mais extravagantes e aos crimes mais monstruosos. Aquele que mobiliza massas populares para caminharem juntos em prol do engrandecimento da nação, em um clima união, de paz e civilidade.
Para refletir: Ainda estou aqui mostra a geração de hoje como foi os 20 anos de ditadura militar, tão defendida pelos estúpidos e falsos patriotas