Uma pesquisa inovadora da Universidade de São Paulo (USP) lançou luz sobre a relação entre o consumo de alimentos e o tempo de vida saudável dos brasileiros. Publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, o estudo utilizou o Índice Nutricional de Saúde (HENI) para estimar o ganho ou perda de minutos de vida saudável por porção de 33 alimentos amplamente consumidos no país por pessoas com mais de 10 anos. O resultado médio nacional é preocupante, indicando uma perda de cerca de 5,89 minutos por porção consumida.
Os dados revelaram um contraste marcante entre os alimentos analisados. No topo da lista dos vilões para a longevidade saudável está a bolacha recheada, associada a uma perda de quase 40 minutos de vida por porção. Outros alimentos com pontuações negativas significativas incluem carne suína, margarina, carne bovina e refrigerantes com açúcar. Em contrapartida, o peixe de água doce se destacou como o alimento mais benéfico, adicionando mais de 17 minutos de vida saudável por porção. Banana, feijão, suco natural de fruta e arroz integral também apresentaram resultados positivos, embora em menor escala.
Os pesquisadores enfatizam que o equilíbrio da dieta é fundamental. O consumo ocasional de um alimento com pontuação negativa não representa um grande risco, mas uma dieta baseada nesses itens pode ser prejudicial à saúde a longo prazo. Além do impacto na saúde, o estudo também avaliou o impacto ambiental dos alimentos, apontando carnes e pizzas como os maiores contribuintes para a emissão de gases do efeito estufa e o consumo de água. A pesquisa também destacou a falta de variedade na dieta brasileira, com ingredientes nutritivos da biodiversidade nacional sendo pouco explorados.