APESAR DE VOCÊ

Por Carlos Braz

Carlos Braz, 10 de Maio, 2020 - Atualizado em 10 de Maio, 2020

 

Apesar de você 

Por Carlos Braz

Dia 10 de maio de 2020, dia das mães. O Brasil amanhece de luto ante a catástrofe provocada pelo vírus chinês.

São mais de 10.000 mortos e a perspectiva que se apresenta espalha entre nós o pessimismo e a desesperança. Nos falta quase tudo, menos a força da fé, tão característica de um povo que acredita em todos os santos. Sobra a perseverança e a entrega incondicional dos profissionais da saúde, que na linha de frente desse embate sem tréguas arriscam suas vidas e a de seus familiares em nome de um juramento.

Esses sim, são os verdadeiros heróis, os legítimos patriotas que merecem envolver-se no manto sagrado verde e amarelo que nos representa.

Às famílias, resta agradecer a Deus por aquelas mães que ainda estão conosco, apreensivas e cobertas de cuidados. E orar pelas que se foram, mas que continuarão vivas na memória dos seus entes queridos.

É dia das mães e a contagem dos corpos continua, assim como a tragédia de termos à frente da nação um personagem para o qual, ante a sua maldade suprema, fica difícil encontrar na gramática um adjetivo que o designe com exatidão.

Enfim, faltam palavras para expressar alegria em dia como de hoje.

Apelemos então para o verso exato do poeta, que salta das páginas de um livro ou dos sulcos sonoros de uma gravação com uma contemporaneidade assustadora. 

"Hoje você é quem manda, falou, tá falado, não tem discussão. A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu. Você que inventou esse estado e inventou de inventar toda a escuridão, você que inventou o pecado, esqueceu-se de inventar o perdão.

Apesar de você amanhã há de ser outro dia. Eu pergunto a você, onde vai se esconder da enorme euforia. Como vai proibir quando o galo insistir em cantar, água nova brotando e a gente se amando sem parar.


Quando chegar o momento esse meu sofrimento vou cobrar com juros, juro. Todo esse amor reprimido, esse grito contido, este samba no escuro.
Você que inventou a tristeza, ora, tenha a fineza de desinventar. Você vai pagar e é dobrado cada lágrima rolada nesse meu penar.

Apesar de você amanhã há de ser outro dia."
  

 

 

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