Os brasileiros e a Lei de Gérson
OS BRASILEIROS E A LEI DE GERSON
Por Carlos Braz
Sempre que nos deparamos com atos de desrespeito à cidadania e a ordem vigente costumamos dizer celeremente: é coisa de “brasileiro”. Obviamente, nos auto excluímos desse imenso grupo formado por incivilizados, culpados por criar situações que muitas vezes provocam a agressões físicas e mortes. Acreditamos que somos brasileiros também, mas não fazemos o que eles fazem.
Onde quer que estejamos, lá estão eles a furar filas, parar carros em fila dupla prejudicando a mobilidade urbana, ou os que vão ao supermercado e utilizam as vagas destinadas a idosos e deficientes na maior cara de pau. Há ainda os que consomem produtos no interior das lojas, e passam pelo caixa sem paga-los. São contumazes nessa e outras práticas deploráveis, pouco ligando para os que limitam-se a olha-los, resignadamente, com caras enfezadas e olhos que cospem fogo. O que querem mesmo é levar vantagem sempre.
E quando pensamos que já vimos tudo em termos de malandragens e mau caratismo, eis que surge agora, entre os “brasileiros do mal”, os profissionais da saúde a aplicar vacinas de vento naqueles que procuram a tão sonhada imunidade contra o corona vírus. São criminosos da pior espécie, e não podem ficar impunes, mesmo sabendo das falhas e fragilidades do nosso poder judiciário.
A cada dia surgem mais denúncias sobre a aplicação dissimulada da vacina, e se somos mesmo uma nação e não um aglomerado de gente que só pensa em seus interesse pessoais, uma atitude radical deve ser tomada pelas autoridades competentes.
Brasileiro é assim mesmo dizem alguns indignados, e lembram da Lei de Gérson, que pouco é citada, mesmo em pleno uso e validade. Para os mais novos, que nunca ouviram falar da tal lei, Gérson, não é nenhum filosofo grego ou romano, e sim um ex-cracaço de bola, titular absoluto da seleção brasileira de futebol, campeã da Copa do Mundo do México em 1970.Convém lembrar que a cobiçada taça Jules Rimet, confeccionada em ouro e conquistada nesse torneio, foi roubada da sede da CBF e nunca foi encontrada.
E de onde surge a tal lei, já que o canhotinha de ouro, como é chamado até hoje, nunca foi parlamentar?
Em 1976, quando ainda existiam propagandas de cigarros na televisão, Gérson foi convidado e aceitou fazer um comercial do cigarro Vila Rica, em que dizia que “Por que pagar mais se o Vila me dá tudo aquilo de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!”
Eis aí o enunciado da Lei de Gérson, aplicada até mesmo em um período como esse que estamos vivendo, onde a diferença entre a morte e a vida passa pela honestidade daqueles que estão na linha de frente no combate a covid-19. Como se já não nos bastasse descaso do Presidente da República e seu ministro da doença.
A Lei de Gerson só confirma a realidade brasileira. Um povo atrasado, ignorante, e portador de péssimos costumes, que não sabe votar, e não se importa se sua má índole vai provocar a morte de uma pessoa, ou tirar o pão da boca daqueles que mais necessitam.
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