Brasil, rumo ao buraco ao vivo e em cores: e daí?

Por Carlos Braz 

Estamos no dia 29 de abril de 2020. Ao vivo e em cores, acompanhamos em tempo real a tragédia que assola o nosso país, e que, infelizmente, não tem data para terminar. Por enquanto, o Covid-19, vírus alcunhado de gripezinha pelo presidente da República Jair Bolsonaro, já ceifou a vida de quase 6.000 brasileiros, e, diante da realidade que a nós se apresenta nua e crua, esse número dantesco tende inexoravelmente a triplicar-se.

E daí?

Essa é a resposta/pergunta que nos oferece aquele que foi escolhido pela maioria dos eleitores da nação verde e amarela para comandá-la por quatro anos, quando questionado a respeito do morticínio.

A essa pergunta só cabe uma resposta, aquela que não quer calar: em um momento em que o manto da angústia e do desespero ante a pandemia envolve todos os cidadãos da nossa pátria mãe gentil, como reagir diante do escárnio e desrespeito com que foram tratadas as milhares de famílias que se confrontam diariamente com a desesperança, a sensação de abandono e o vulto sinistro da morte?

Só o tempo dirá.

A história nos mostra que o presidente brasileiro não é uma surpresa. Ele mesmo já exaltava seus valores bem antes do pleito que o consagrou. Outros, em várias partes do planeta Terra, vieram antes dele. Cruéis pela própria natureza e possuidores de uma maldade que só se extingue com a morte. Dissimulados, travestem-se de religiosos, contudo, não sabem o que é piedade, nem tampouco perdão. Como todos os tiranos, traem de acordo com as conveniências, não tem a verdade como bandeira, abominam o estado democrático de direito e elogiam a tortura. E sempre parecem ansiosos para começar uma guerra.

Todos, sem exceção, cavaram a própria cova, e garantiram lugar no panteão dos falsários e incompetentes.