Ninguém se salva só. (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 28 de Março, 2020 - Atualizado em 28 de Março, 2020

 

A grandeza do Papa Francisco (a frase acima é dele), andando sozinho na imensa Praça romana, me confortou. Humilde, Francisco buscava a misericórdia de Deus. No final, o Papa concedeu a indulgência plenária. Me senti mais leve.

Historicamente, a humanidade foi dizimada por grandes Pestes, enfrentou sofrimentos medonhos, e sobreviveu! A sombra da morte nos acompanha. As Pestes eram objeto das religiões, da filosofia e das artes, tornou-se da ciência, da economia e da politica. Acho que regredimos.

Estou aproveitando a quarentena para reler Decameron, obra prima de Giovanni Boccaccio. Como se sabe, o livro narra a Peste Negra na Itália, em 1348. Decameron possui cem novelas, escritas em dialeto toscano.

O sofrimento e o medo na Peste Negra eram vistos como castigos, dignos de compaixão.

Descreveu Boccaccio:

“Maior era o espetáculo da miséria da gente miúda e, talvez, em grande parte da mediana; pois essas pessoas, retidas em casa pela esperança ou pela pobreza, permanecendo na vizinhança, adoeciam aos milhares; e, não sendo servidas nem ajudadas por coisa alguma, morriam todas quase sem nenhuma redenção.”

“Em Boccaccio a peste e a iminência da morte não levam à contrição medieval, mas conduzem a uma concepção inteiramente laica da vida, em que o sagrado, embora existindo, não se preocupa com as vicissitudes humanas, tal como nas filosofias éticas antigas, como o epicurismo e o estoicismo. Isto é o Renascimento.” Berriel.

A Peste Negra subverteu a ordem moral e civil, anulou a autoridade da lei, quebrou todas as barreiras e defesas, invadindo e dissolvendo todos os ambientes sociais. Os sobreviventes foram vítimas do “pavor e imaginação” que arruinou todos os costumes e todos os hábitos. Explodiram todas as reservas ditadas comumente pelo pudor e pela conveniência.

Após a Peste de Gripe Espanhola (1917/18), o carnaval do Rio de Janeiro, antes uma festa inocente de Arlequim, Pierrot e Colombina; virou um bacanal dionisíaco. “Ninguém é de ninguém”. “O que é que eu vou dizer em casa, quando chegar quarta-feira de cinzas?” Hoje, o carnaval é um ballet popular.

Quais as mudanças que assistiremos no pós Peste do Covid – 19?

Não sei nem por onde começar...

Na visão e no desejo do Dr. Sidcley Venâncio, coxinha de primeira hora, que já sonhava com a volta do militares, desde as jornadas de junho de 2013, teremos uma ditadura, para salvar o Brasil do Comunismo que nos ronda, desde a Intentona de 1935.

O Dr. Sidcley Venâncio acredita que esse Covid - 19 é uma invenção chinesa, para enfraquecer o ocidente capitalista. Que essa balela de isolamento social foi criação da Rede Globo, mancomunada com os governadores do Rio e de São Paulo, visando parar o Brasil e derrubar Bolsonaro.

O medo maior do Dr. Sidcley Venâncio é que as forças da URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) voltem ao poder.

Como o pessoal da esquerda imagina o futuro, no pós Covid – 19?

Não sei... Vou pesquisar.

Antonio Samarone.

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