Só a Vacina Salva! (Por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 26 de Maio, 2020 - Atualizado em 26 de Maio, 2020

 

“Paz para os bons, consolo para os aflitos e o fogo eterno para as almas sebosas.” Frei Damião.

A postura do governo brasileiro frente a Pandemia assusta o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu todas as pesquisas sobre o uso da cloroquina em seres humanos. Existem evidências que a droga além de ser ineficaz contra a covid, aumenta a mortalidade.

No Brasil, o uso da cloroquina tornou-se epidêmico.

Durante a Peste Asiática na Espanha, em 1885, os médicos prescreviam o láudano de Sydenham, um composto de vinho madeira, ópio (Papaver somniferum), açafrão, cravo e canela. Saboroso, porém ineficaz.

Láudanos eram preparados de ópio com álcool, tomados via oral. O ópio é o sumo da papoula e contém diversos alcaloides (morfina, heroína, papaverina). E Thomas Sydenham, era um famoso médico inglês, reconhecido como o fundador da medicina clínica.

Portanto, o láudano de Sydenham não era um remédio qualquer, mas não funcionava no tratamento do Cólera. Tinha na época mais prestígio que a cloroquina na atualidade.

Já se sabia que bastava ferver a água antes de beber, mas ninguém acreditava. Um ano antes, o cientista alemão Robert Koch havia anunciado que um micróbio era responsável pela cólera. As pesquisas de john Snow eram conhecidas. Essa história é contado por Cajal (o da foto acima), em suas memórias.

Em junho de 1885, as autoridades declararam oficialmente a epidemia de cólera em Madri. Os comerciantes fizeram protestos, exigindo que medidas preventivas não afetassem os seus negócios. Essas reações vêm de longe.

Um jovem médico catalão, Jaime Ferrán, produziu uma vacina experimental contra a cólera: uma injeção subcutânea de pequenas doses do micróbio. O gênio espanhol Santiago Ramón y Cajal, prêmio Nobel em medicina em 1906. foi consultado, e propôs ao invés de micróbios vivos, o uso de uma vacina com germes de cólera mortos pelo calor.

Na época a ideia de Cajal não foi aceita, mas estava descoberto um novo tipo de vacina, hoje chamada de morta ou inativada e já em testes em humanos contra a covid-19.

No entanto, a honra da descoberta foi tomada pelos bacteriologistas americanos Daniel Salmon e Theobald Smith, que publicaram conclusões semelhantes um ano depois.

No final do século XIX existia apenas a vacina contra a varíola, produzida por vírus cultivados no ubre de vacas.

Os médicos sempre reagiram as mudanças de paradigmas da medicina. Oswaldo Cruz enfrentou resistências da Academia Nacional de Medicina, em sua luta no combate à febre amarela, eliminando os mosquitos. Os médicos não aceitavam essa novidade dos mosquitos.

Os médicos foram contra a vacinação obrigatória, proposta por Oswaldo Cruz em 1904.

Os leprologistas não aceitaram a causa bacteriana da lepra com facilidade. Na década de 1940, o tema ainda era motivo de discórdia.

Segundo a OMS, cerca de 70 pesquisas de vacina contra a covid – 19 estão em andamento no mundo, pelo menos três em fase de ensaio clínico. Novas tecnologias da engenharia genética estão sendo usadas na produção da vacina. Em breve teremos novidades.

Voltando a Pandemia.

Se não bastasse a estupidez do Governo Federal, em Sergipe, a Pandemia está sendo administrada por gente vaidosa, políticos populistas, sem a necessária humildade para se declararem incompetentes.

Para quem pensa que nada acontece na Província durante a Pandemia, ontem, a Academia Sergipana de Letras reuniu pensadores e curiosos, para ouvir o intelectual Jorge Carvalho profetizar sobre o futuro da educação, no pós Pandemia. Uma conversa proveitosa!

O Governador de Sergipe anunciou mais um decreto para o combate à Pandemia. Como se esperava: nada de novo! A mesma ladainha, que agora é para valer, vamos fiscalizar, estamos atentos. Chega!

Enquanto isso a Peste avança em Sergipe (25/05). 5.448 casos notificados e 103 mortos. 139 pessoas internadas nas UTIs. A taxa de ocupação dos leitos de UTI, aproxima-se do limite trágico.

A realidade é assustadora, não porque é real, mas por ameaçar tornar-se...

O boletim epidemiológico estadual informa que em Itabaiana existe um leito de UTI para a covid. Como assim, um leito? Existe uma equipe profissional montada para atender a um paciente? É evidente que os profissionais que atendem a pandemia são exclusivos, por conta do contágio.

Alguém pode explicar?

O mesmo boletim epidemiológico passa outra desinformação: “até agora, existe 2.222 curados”. Vendendo uma versão que esses “curados” resultam supostamente da assistência dos serviços de saúde. Uma ação positiva do governo.

É urgente a readequação do hospital da campanha da Prefeitura de Aracaju, às necessidades da Peste. Quem está precisando de internamento e assistência de alta complexidade são os casos graves.

Um hospital improvisado para casos leves, um local de triagem, um gripário, não é a principal necessidade. Para não deixar dúvidas: estamos precisando de mais leitos de UTI.

Os pacientes graves precisam de atendimento de alta complexidade, unidades bem equipadas, profissionais qualificados e experientes (e protegidos). Não é uma doença simples.

Ouvi de um gestor aflito: “Leitos de UTI improvisados, são melhores do que nada. Pelo menos o governo dar uma satisfação à sociedade. O que não pode é o povo morrer em casa ou nos corredores.”

É a tal escolha de Sofia.

Antonio Samarone.

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