Foi um Sonho, Minha Gente... (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 14 de Outubro, 2020

Etelvina! - Acertei no milhar/Ganhei 500 contos/Não vou mais trabalhar...

Sonho, devaneio, delírio, miragem, viagens, onirismo, frenesi, visagem, assombração, pesadelo, quimera, ilusão, utopia, sombra, faz de conta, visão, imaginação, quixotismo, fantasia, espectro irrealizável são variáveis que expressam símbolos alojados nas profundezas da consciência humana.

Eu continuo acreditando: “A interpretação dos sonhos é a estrada principal para se chegar à alma”, disse Freud. Ninguém foi tão fundo na psique humana!

O Egito antigo atribuía ao sonho um valor premonitório. “Deus criou os sonhos para indicar o caminho aos homens, quando esses não podem ver o futuro.” São os sonhos que conferem a qualidade de Xamã.

Os tipos de sonhos são inumeráveis: os sonhos proféticos, telepáticos, iniciatórios, dos Xamãs, visionário e os mitológicos.

O sonho acordado, durante a vigília, é muito poderoso. Quando o sonho se apodera da alma vira obsessão; quando entra em simbiose com a consciência torna-se uma força criadora de várias obras.

As máscaras do teatro, do carnaval e funerária são sonhos.

O fim do sonho é o início das demências. Não é a perda da memória, isso vem depois. Não existe vida cognitiva sem sonhos. O fim do sonho é o fim da esperança. É o inferno de Dante Alighieri: “Vós que entrais, abandonai toda a esperança”, é o que está escrito na Porta do Inferno.

Parodiando o pensamento cristão: só o sonho salva! A fé é o sonho sagrado com o Paraíso. O sagrado é um elemento na estrutura da consciência. A existência ou não de paraísos é irrelevante. O fundamental é a existência virtual, para os que sonham.

O envelhecimento é um caminho apressado para o Dilúvio. Só o sonho nos salva do soar das trombetas.

O sonho é a base do autoengano, o lado real da autoestima.

O sonho estabelece no psiquismo um equilíbrio compensador. Os sonhos falam a linguagem dos símbolos.

A razão como fonte de significados sobre a vida naufragou, acentuou a fragilidade da condição humana. Entretanto, a razão alimentou a ciência positiva, como o futuro da humanidade.

É uma contradição aparente? A vitória da razão será a derrota do homem?

A razão ganhou vida própria, autonomia, tornou-se inteligência artificial. Caminha para prescindir do homem. Por enquanto a razão não admite, por motivos táticos, ainda é cedo. O verdadeiro humanismo não precisará dos homens.

Os aldeões do pé da Serra de Itabaiana, repetem um carma milenar: “a esperteza sempre cresce e come o dono.” Só agora eu estou entendendo.

O que restar de humano, pastará na irracionalidade dos sonhos. Isso não é ficção, só não vê quem não quer!

Antonio Samarone (médico sanitarista)

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