Senhores de Baraço e Cutelo. (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 18 de Junho, 2021

O poder político em Sergipe, obedece a uma forma de dominação que se repete na história. A fragilidade econômica do estado, leva a uma hipertrofia da força política da máquina pública. Quem está no poder quase sempre faz o sucessor.

Talvez não seja apenas uma lógica sergipana. No Brasil também é assim. Após a redemocratização, o Presidente que disputou a reeleição, venceu.

Em Sergipe, as raras vitórias da oposição ocorreram após um longo domínio do grupo no poder e por sua divisão. As dissidências sempre nasceram da divisão do bloco dominante.

O sistema de mando é blindado, para que não haja grandes surpresas.

Com o fim da ditadura (1982), um bloco liderado por João Alves governou Sergipe por 24 anos.

Em 2006, com o discurso de mudanças, o PT, liderado por Marcelo Déda, chegou ao poder em Sergipe. De imediato, formou-se um bloco político, que está no poder a 15 anos.

Mandam e desmandam. Controlam um poder quase imperial.

Em Sergipe, a oposição política é residual, quase simbólica. A imensa maioria dos líderes possui lotes de poder na máquina.

Desconheço um Prefeito abertamente de oposição. Quem botar as caras será sufocado. Esse bloco unido é praticamente imbatível.

Em Sergipe, toda a bancada federal apoia o governo do estado. Caso único, na Federação.

Na Assembleia Legislativa, existe uma pequena oposição bem-comportada. E só!

Ocorre, que a sociedade sergipana cansou.

Esse bloco dominante levou Sergipe a estagnação econômica e ao retrocesso social. Nenhuma esperança, nenhum projeto, Sergipe ficou sem alternativas.

A máquina funciona apenas para o benefício dos seus operadores e mantê-los no poder. O estado se distanciou muito da sociedade.

Claro, o bloco no poder em Sergipe é um saco de gatos. Profundamente heterogêneo. As possibilidades de esfacelamento são reais.

Qualquer fração politica que rompa, com um projeto alternativo consistente, com uma nova narrativa, tem chances de vitória.

Em tempo: as eleições estaduais sofrerão profunda influência da polarização nacional, já estabelecida.

Vamos aguardar...

Antonio Samarone. (médico sanitarista)

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