Inteligência Artificial. (por Antonio Samarone)

Antonio Samarone, 07 de Julho, 2021

Estou fazendo um sítio em São José dos Náufragos (Aracaju), e me defrontei com um aborrecimento: os amigos do alheio começaram a furtar as mudas que eu plantava. Que diabo, parte eu não vou dar. O delegado vai mandar eu procurar o que fazer, com uma queixa tão insólita.

Pedi a um vizinho para tomar conta. No primeiro dia, o vizinho me mandou uma mensagem pelo WhatsApp:

“Samarone, por volta das 4 da madrugada, um sujeito alto, magro, bem-vestido e com um chapéu de abas largas, andou rondando o seu sítio. O suspeito, além de ser um desconhecido na localidade, portava uma lanterna poderosa, alumiando metade da mata.”

Eu fiquei cismado com a lanterna. Um sujeito que possui uma lanterna dessa, não deve ser ninguém atoa, não vai andar furtando mudas E passei o resto do dia pensando nessa lanterna.

Logo pela tarde, dezenas de empresas (nacionais e internacionais) invadiram as minhas redes sociais com propaganda de lanternas. Era abrir, estava lá: lanternas assim, lanternas assado, diversas promoções, todos me oferecendo vantagens se eu comprasse a lanterna que eles anunciavam.

Que peste é isso, como eles souberam que estava pensando em lanterna? Será se é isso, o que o povo chama de Inteligência Artificial? Se for, tem parte com o Tinhoso.

Ou, pelo contrário, é o retorno do Anjo-da-Guarda?

Para tirar as dúvidas, liguei para alguns amigos letrados perguntando: o que seria a tal inteligência artificial?

A maioria achou a minha pergunta óbvia, besta, sem sentido, como se o conceito fosse do domínio público, senso comum. Eu insisti, sim, mas o que é? Houve uma certa confusão nas respostas, todos sabiam o que era, mas não sabiam explicar direito.

Pensei, parece que eu não estou só...

Fiquei sabendo que no parlamento belga, as sessões plenárias são transmitidas no YouTube. Se um deputado usar o telefone para tratar de um assunto diverso da pauta, ou ficar com a cara para cima, sem prestar a atenção, fofocando, o Twitter, que está captando a sua imagem facial ao vivo, dispara um recado: “caro distraído, volte para a pauta da sessão.”

Quem estiver acompanhando a sessão pelo YouTube, assiste a descompostura ao vivo.

Isso é um exemplo do uso da inteligência artificial?

Na china, os robôs já estão nas ruas fiscalizando os mal-intencionados, com a captação da imagem facial dos transeuntes. Ninguém escapa da vigilância. A malandragem vai perder o sossego. Se um relaxado soltar uma bufa no elevador, receberá de imediato o boleto para pagar a multa.

Isso na China, também é possível graças a inteligência artificial?

Eu pensei, e quem vai controlar a inteligência artificial?

Misericórdia!

Antonio Samarone (médico sanitarista)

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