REPENSAR A AEASE por Manoel Moacir Costa Macêdo e José Lavres Filho

Manoel Moacir, 23 de Junho, 2022

 


No século passado, ao longo da década de cinquenta, um grupo seleto de engenheiros agrônomos fundou a ASA - Associação Sergipana de Agronomia. Entidade que concebia em essência o fortalecimento, união e confraternização dos engenheiros agrônomos sergipanos. Os anos se passaram e com eles, a transformação para AEASE - Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe, em novas contingências sociais e expectativas profissionais.

          Nesse contexto, as dificuldades realçaram, a exemplo das escassas assembleias administrativas e encontros culturais. De igual modo, são evidentes o afastamento, o entusiasmo e o envolvimento de novos colegas na vida da AEASE. Predomina a troca de posições entre os mesmos colegas nos cargos executivos e Conselhos. Saudades do tempo da sadia mobilização dos candidatos em busca de apoios e votos no processo eleitoral. Tudo isso são sinais de desinteresse dos engenheiros agrônomos. Urge, ampliar o debate e a participação com o universo dos associados da AEASE de forma democrática e transparente.  

Dificuldades estão postas nas associações corporativas. Não possuem o oficio legal das reivindicações e esgotou o papel de um clube recreativo. No caso da AEASE, ela não tem sido uma eficiente protagonista na representação das demandas dos engenheiros agrônomos no contexto político e social. Evidências podem ser mensuradas na modesta participação de seus associados, na renovação de seus quadros e no chamado às formulações de políticas públicas. Ações corretas dão origem aos hábitos responsáveis.

É imperativo prospectar novos cenários, atrair distintos atores e prospectar múltiplos pensamentos, ideários políticos e experiências. A gestão da AEASE deve ir além de cuidar do prédio e aluguel de instalações, mas administrar as suas reservas financeiras, transparência nos seus movimentos, inovação no foco e metas, e mais que tudo agregar a amplitude da categoria dos engenheiros agrônomos. No dizer do engenheiro agrônomo João Batista Medeiros em recente manifesto -, a AEASE não deve ser apropriada por um mesmo grupo, com arranjos de cargos e funções entre os mesmos nomes na Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil - CONFAEAB, na Caixa de Assistência dos Profissionais dos CREAS - MÚTUA, na AEASE e nas estruturas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA estadual e federal. Posturas dessa natureza, ultrapassam o direito e a representatividade para alcançar a ética. Como escrito por Batista “quem se apega ao poder pode não se dar conta, mas o comportamento é percebido por todos ao redor”. Hábitos longamente mantidos, levam às atitudes questionáveis.

O chamado à ampla participação na diversidade dos engenheiros agrônomos detentores de conhecimento e experiência, carece de estratégias agregadoras, inclusivas e transparentes. O patrimônio histórico, físico e moral da AEASE, exigem o acompanhamento dos seus membros, participando, sugerindo e protestando, evitando dessa forma o que poderá ser caracterizado como uma ausência consciente. Condutas restritas a um mesmo grupo na administração de um bem coletivo, como um “depositário fiel”, ensejam a centralidade entre poucos, e a indiferença pode ser entendida como acomodação de muitos.


 

Manoel Moacir Costa Macêdo e José Lavres Filho, são engenheiros agrônomos

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