“QUÃO BEM AS ORGANIZAÇÕES ESTÃO SE PREPARANDO PARA OS NOVOS TEMPOS?”

Por: Manoel Moacir Costa Macêdo

Manoel Moacir, 07 de Agosto, 2020 - Atualizado em 07 de Agosto, 2020

O isolamento social, transforma os hábitos e a rotina do viver. Experimentamos a primeira pandemia desse século. A quarentena compulsória exige gestão do tempo, das emoções e da sobrevivência. As privações afetam a individualidade e a sociabilidade. As atividades virtuais tornaram-se densas e necessárias. Uma realidade carregada de incertezas.

Frequentes afazeres nesse tempo de pandemia, são as “lives”. Música, cursos, eventos, compras, negócios, contatos, entre outros. As obrigações presenciais do passado são as virtuais do presente. Recentes “lives” discutiram as transformações nos mercados e nas empresas no pós-Covid-19. Elas merecem atenção. O mundo é predominante capitalista e globalizado. Continuará sendo, por certo, em outro formato. As organizações, a exemplo da mais relevante delas, o Estado, continuarão sendo o ambiente de vivência social. Agentes do mercado, políticos, empresários, acadêmicos, consultorias e juristas entre outros trouxeram ao debate prováveis transformações nas estruturas organizacionais e nas relações sociais na pós-pandemia. Não são futurologias, mas analogias de evidências: “as companhias com operações na internet enxergam um novo padrão de consumo no pós-crise, graças à captação de clientes de baixa renda e à ampliação do uso de plataformas populares no Brasil”. Eis algumas abstrações ajustadas para o tempo da pós-pandemia:

“1. Resgate de valores éticos no sentido amplo e profundo, a vida humana no centro. Salto de patamar em sustentabilidade. 2. Revisão profunda do propósito da organização. Atenção equilibrada do lucro no conjunto de acionistas. Incluir a sociedade e a natureza. 3. Reinvenção da macro estratégia. Acuidade com a rede de parcerias, algumas inéditas, num ecossistema integrado. 4. Inovação digital na estratégia e não apenas na operacionalidade. O “normal” será o digital.  5. Redesenho do modelo de relacionamento com os clientes, a partir de inovações no mercado e na sociedade, incluindo a gestão pública. 6. Reinvenção da concepção do negócio e do jeito de atuar. Novos ramos, fusões e parcerias inusitadas nunca antes tentadas, em nível local, regional, nacional e global. 7. Reinvenção da governança. Evitar a cúpula hierárquica, centralizadora e “com a cabeça no passado”. Contínuo ajustamento da organização às demandas atualizadas.  8. Velocidade organizacional. Menos planos e mais ações. Burocracia zero. Redução de procedimentos e controles que mecanizam os processos. Os propósitos e princípios serão os guias e antenas. 9. Cultura empreendedora da topo à base organizacional. Matriz de riscos apropriadas à captura de novas e rápidas oportunidades.  10. Geração de inovações radicais em antecipação aos desafios. Intenso processo de performance e ideias que estão definindo o futuro. 11. Redesenho da estrutura organizacional para acolher as mudanças e transformações que o novo tempo está prospectando. Áreas e funções inéditas serão criadas e outras extintas. 12. Adequação dos colaboradores, incluindo os líderes às exigências dos novos tempos. Processos ampliados de seleção para assegurar as pessoas certas nos lugares certos. 13. Retreinamento dos colaboradores, inclusive dos líderes e conselheiros ajustados aos novos desafios, especialmente em “alfabetização digital e empreendedorismo”.14. Reinvenção do modo de usar os recursos da organização. Foco nos propósitos, nas atividades-fim e na gestão de mudança. Menos nas atividades-meio e nas estruturas de controle. 15. Reinvenção da metodologia de avaliar a performance das pessoas e áreas. Objetividade no propósito da organização, ao invés das metas reducionistas e “desviantes”. 16. Reinventar o conceito de responsabilidade social. Prestação de contas transparente e próxima dos acionistas e demandantes da organização, incluindo a sociedade, o meio ambiente e a própria natureza”. O ESG: Ambiental, Social e Governança - sigla em inglês.

No pós Covid-19, a inclusão e a diversidade serão acolhidas. Inadmissível a convivência social civilizada com a exposta e abismal desigualdade. Integridade, solidariedade, empatia, cooperação, consumo consciente e inovação serão princípios desse por vir. A performance das organizações, deverá ir além da metodologia fundamentalista e incluir as assimetrias sociais. Uma outra globalização estar sendo gestada, com visão de longo prazo e justiça social. Como afirmou um empresário filantrópico: “só é bom se for bom pra todo mundo”. O tempo dirá.

Manoel Moacir Costa Macêdo, é engenheiro agrônomo e advogado

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