ENGENHEIRO AGRÔNOMO ANTONINO CAMPOS DE LIMA por Manoel Moacir Costa Macêdo
Louvores às “Reminiscências de um Engenheiro Agrônomo”, lavra biográfica de Antonino Campos de Lima, no mês que alberga o “Dia do Engenheiro Agrônomo”. Desprezo a mente e as mãos, face a leveza da tarefa. Quão bom e agradável é escrever pelos registros da história, livre de vieses pessoais que mascaram os fatos. Não sou dos íntimos, mas um modesto colega e admirador pelas realizações, na sua longa e vitoriosa caminhada profissional. Somos convergentes na engenharia agronômica, na amizade e nos “amores cruzalmenses”.
Antonino e obra se completam. O seu passado continua emendado harmonicamente com o presente e no traçado futuro. Recebido no berço de uma família afetiva e honrada. Infância feliz no “Carro-quebrado”. Adolescência esportiva e festiva. Ambas em Aracaju. Um bem criado. Antecipa à maturidade adulta, no encontro com a sua Nina, moça bela e prendada dos tabuleiros arenosos de Cruz das Almas, onde foi estudar engenharia agronômica na Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia. Amor, parceira e companheira de meio século. Jamais um namoro “desconfiado de estudantes com as nativas”, mas um compromisso divino e abençoado pela vizinhança de Nossa Senhora do Bonsucesso, padroeira da cidade. Casou com a filha de Seu Gallotti, tradicional comerciante da cidade e construíram uma bela e honrada família.
O livro é escrito numa redação harmônica e suave. Uma leitura agradável. Apresentado numa lógica cronológica e humanista. Não se perde no tempo, nem na narrativa. Uma mistura concisa e coerente de relatos biográficos, vivências e registros profissionais. Inicia com a “Reminiscência da Infância”, seguida pela “Reminiscência da Adolescência” e ao final as “Reminiscências da Fase Adulta”. Acrescenta as homenagens recebidas em vida, justas para quem serviu com zelo a sua cidade e ao seu Estado. A exemplo de “Professor Emérito” pela Universidade Federal de Sergipe – UFS. Por seus pares foi distinguido pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe - AEASE como o “Engenheiro Agrônomo do Ano”. Não menos relevantes, as telas do artista hibernado na “Fase Artística”. No capítulo, “O achado não é roubado”, descreve as lições de honestidade de seus pais no “alheio chora o seu dono”.
Vencedor na vocacionada agronomia, iniciada na CEPLAC na Bahia, referência na pesquisa e extensão rural dos trópicos. No governo do Estado de Sergipe, disponibilizou a sua generosidade profissional e sentimental. Serviu à EMATER e ao desenvolvimento rural. As flores, as abelhas e os colibris perfumam e transportam o néctar pelas avenidas por ele arborizadas. Registros da sua passagem na Prefeitura Municipal de Aracaju. Por fim, a vocação acadêmica e professoral na UFS. Professor por mais de um quarto de século e criador do Curso de Engenharia Agronômica. Na parte “O ensino”, descreve as experiências e conquistas de mestre nos cursos de ciências biológicas e engenharia agronômica. Relatos inexoráveis da criatura e memoráveis feitos. Na sabedoria grega, “o cidadão que não participa dos problemas da sua cidade, não é um cidadão silencioso, é um mau cidadão”. Antonino tem sido um bom cidadão.
Além dos dotes agronômicos, coordenou os seis primeiros “Festivais de Arte de São Cristóvão”, a quarta cidade mais antiga do Brasil e acolhedora de um patrimônio cultural da humanidade. Visionário sentimento do artista, louvado pelo Convento São Francisco, onde a Santa Irmã Dulce dos Pobres, primeira santa brasileira, iniciou o seu apostolado cristão. O passado de Antonino, alcança o presente e projeta o futuro de forma ativa e cativante. Escreve, assessora, empresaria e não raro está presente de forma competente e desprendida nos programas agrícolas de televisão, respondendo aos telespectadores sobre botânica, jardinagem e arborização. Conhecedor como poucos da flora sergipana e nordestina.
As reminiscências de Antonino, ultrapassam os relatos biográficos. Elas são lições cidadãs, humanistas e profissionais, carentes na atual quadra social. Vitorioso na vida, pois “de nada adianta ganhar o mundo, se perder a alma”. Com esse tributo, inicio as homenagens ao mês do engenheiro agrônomo, profissional presente na produção de alimentos e em consequência na desejada paz.
[LIMA, A. de C. Reminiscências de um Engenheiro Agrônomo, Aracaju, 2020].
Manoel Moacir Costa Macêdo é engenheiro agrônomo
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