FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA A RECUPERAÇÃO DE PORTA-ENXERTOS DE CITROS EM FUNÇÃO DA COPA (I)

Por Francisco Paulo Brandão Chiacchio

Manoel Moacir, 29 de Março, 2022 - Atualizado em 29 de Março, 2022

 


A introdução da tristeza dos citros, no Brasil, em 1937 causada por vírus, doença de importância econômica, dizimou cerca de dez milhões de plantas enxertadas em laranjeira 'azeda', porta-enxerto intolerante ao vírus, porém, resistente a outra enfermidade, a gomose, o que resultou na busca de alternativas de porta-enxertos resistentes à nova enfermidade.

Atualmente, pesquisas continuam sendo realizadas, com resultados promissores para porta-enxertos e copas de plantas cítricas, servindo de base aos citricultores na produção de mudas para implantar os seus pomares.

Não é absurdo afirmar que a grande maioria das sementes de porta-enxertos utilizadas pelo produtor, principalmente na citricultura baiana, predomina o “limão cravo”, apesar da existência de outras cultivares e matrizes de porta-enxertos testadas cientificamente. Entretanto, o produtor não tem acesso às sementes das matrizes testadas pelas organizações de pesquisa para formar os porta-enxertos ou cavalos e produzir mudas cítricas de boa qualidade.

O produtor sempre utiliza sementes da mesma espécie, variedade ou cultivar, para servir como porta-enxerto, porém de plantas de comportamento agronômico desconhecido em combinação com a copa. Ordinariamente, coletam sementes de plantas aleatórias, cultivadas em fundo de quintal, aí reside o grande problema.

A solução estar na recuperação do porta-enxerto em função da performance da combinação porta enxerto/copa, através das brotações do porta-enxerto e posterior enxertia com borbulhas da copa da planta original. Não é novidade, a brotação no tronco e raízes das plantas cítricas.

Dessas brotações devem ser colhidas borbulhas para enxertia em porta-enxerto da mesma espécie ou cultivar para formar os bancos de sementes. As sementes produzidas serão futuros porta-enxertos para enxertia com borbulhas da planta original. Essa solução é possível desde quando o citricultor identifique as melhores plantas do seu pomar, livres de pragas e doenças, facilitando assim a boa seleção.

As plantas selecionadas no pomar serão fornecedoras de borbulhas para enxertar os futuros porta-enxertos e deverão ser protegidas em telados ante afídeos, como determina a legislação vigente para a produção de mudas cítricas.

 

Francisco Paulo Brandão Chiacchio (paulochiacchio1@gmail.com), é engenheiro agrônomo, PhD em Fitopatologia e professor aposentado da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia.

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