ESTAMOS PERDENDO PARA A COVID-19

Por Jerônimo Peixoto

Jerônimo Nunes Peixoto, 03 de Julho, 2020 - Atualizado em 03 de Julho, 2020
  1. ESTAMOS PERDENDO PARA A COVID-19

No início de fevereiro, quando tudo acontecia fora do país e, em virtude dos vultuosos lucros do CARNAVAL, cuidaram-se de esconder os primeiros rastros do CORONAVÍRUS, no Sudeste do Brasil, muitas pessoas achavam que se tratava apenas de mais uma gripe desprovida de nocividade, que passaria deixando-nos incólumes e sorridentes.

Os dias foram-se sucedendo e, após o carnaval, a festa da alegria, dos lucros incalculáveis e da banalização da cultura brasileira, os casos de Covid-19 começaram a mostrar seu rosto, sobretudo em São Paulo. Com poucos dias, Fortaleza, Belém, Rio de Janeiro, Recife e Salvador se sentiram vítimas incontestes do tal vírus desconhecido. Avolumaram-se os casos, e os cuidados específicos que se deveriam tomar, como a disponibilização das redes de saúde pública, com equipamentos que garantissem a sobrevivência do infectados, não aconteceram a contento.

O resultado foi catastrófico, alastrando-se por todo o país, chegando, numa velocidade supersônica, ao caro e nobre Estado de Sergipe, ao Torrão Serrano. Muita propaganda houve, no sentido de que Sergipe estaria preparado para o enfrentamento da epidemia, que se tornou pandemia – por ter atingido todos os Continentes – mas, na realidade, até equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde, tanto na esfera estadual, quanto municipal – em diversas cidades do interior – faltaram. Estados e municípios declararam situação emergencial – ensejando possíveis atitudes alheias à ética – mas a realidade em muitos deles não apresentou sinais de melhorias.

O que justifica uma cidade, com a população de Itabaiana, ter um número irrisório de leitos de UTI destinados a pacientes da COVID-19, ao passo que Estância, com dois terços da população serrana, ter um número assustadoramente maior de leitos dessa natureza? Alguma explicação plausível deve haver, mas será pouco ou nada convincente. E o que Justifica – conforme noticiado à exaustão – o superfaturamento de respiradores e de outros equipamentos, num instante tão crucial para a população, com é o caso do Rio de Janeiro?

Esperamos que, na próxima campanha política, que já se avizinha, os candidatos, e os atuais gestores que irão tentar a reeleição, não se utilizem do mote CORONAVÍRUS, para se mostrarem merecedores de votos. Os que prestaram um servicinho melhor apenas cumpriram com sua obrigação. Ostentar por ter comprado equipamento seria o mesmo que um pai de família desejar aplausos ou buscar evidências, por ter comprado o remédio de seu filho. Fiquemos todos atentos para não permitirmos o mote CORONAVÍRUS na próxima campanha eleitoral. Auferir vantagens sobre a miséria alheia não é ético, nem honesto.

Nem o Brasil, nem Sergipe, nem qualquer outro estado ou município, estavam preparados para enfrentar a Pandemia. Primeiro, porque a saúde pública é sempre relegada ao caos, em tempos de normalidade, avaliem, em tempos de total conturbação; segundo, porque subestimaram o poder letal do vírus, entendido como “gripezinha”; terceiro, pela morosidade com que a administração pública age, em virtude da legalidade de seus atos. Assim, passados quase quatro meses, o Cornona está nos vencendo, porquanto está tirando de entre nós pessoas – crianças, jovens, adultas ou idosas – isso é irrelevante, que partiram, “fora do combinado”. As estatísticas podem apontar apenas CPFs, mas as famílias e os amigos insistem em dizer: “minha mãe; meu pai, meu filho, meu neto, minha filha, meu esposo, meu irmão, vinha avó”; outros lamentam pela morte de distintos profissionais da Saúde, da Educação, da Música, da Arte, da Religião, da Indústria, do Comércio, da Vida Pública...

Perder nunca é bom. E quando se tratam de entes queridos – ligados pelo sangue ou pelo afeto, é mais doloroso ainda. Então, levemos a sério a situação e não percamos tempo em nos proteger, nos ajudar mutuamente, a fim de que as perdas sejam reduzidas e, em breve ínterim, sejam abolidas de entre nós. Claro, pessoas vão continuar nascendo, adoecendo e morrendo, porque isso é natural. Mas, quem passa pela triste experiência de nem enterro digno poder oferecer a um familiar, entende perfeitamente bem o que aqui expresso: Estamos perdendo para a COVID-19! .

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