O PODER DA ESCRITA

José de Almeida Bispo, 11 de Abril, 2022 - Atualizado em 11 de Abril, 2022

A semiótica americana é fantástica!
Nos anos de 1980, aproveitando o enfraquecimento do império soviético que sofria de baixo QI na sua elite dirigente quase toda, especialmente os maiores, com excesso de diplomas e carência de tirocínio político; e com duas providências fatais, quais sejam o aumento da propaganda anti-soviética e a introdução de um papa visceralmente anti-soviético – o polonês Karol Wajtyla – finalmente “o Ocidente conseguiu lançar por terra o regime que a tantos ricos aterrorizou. Mas foi durante os anos 80, de fato desde que a banca assumiu completamente o controle político mundial, 1972, obviamente terceirizando os maus momentos aos políticos tradicionais que a propaganda foi às alturas com o noticiário de ameaça do “terror soviético” e sua terrível máquina de moer gente, numa guerra nuclear e também na convencional.
Além do noticiário contaminado, teses acadêmicas aterrorizantes, filmes, livros, tudo fez parte daquela ideologia. Não deixou de também contaminar a música pop mundial e até a nossa MPB: bandas e cantores de rock, como a alemã Alphaville e sua belíssima Forever Young (jovem para sempre), Zé Ramalho, com sua Canção Agalopada e a banda RPM, com Alvorada Voraz, entre dezenas de outras compuseram a trilha sonora da segunda metade da década de 70 e toda a década de 80.
Em 1991, o comunismo soviético – o que então interessava – acabou. E para louvar os novos tempos vem mais uma vez belíssima, triste, melancólica e geradora de incertezas Wind of Change (Vento da mudança), da também banda alemã Scorpions. Já nas artes cênicas desapareceu a enxurrada de filmes de fim de mundo de verve política para dar lugar à sectária, egoísta, limitante ideologia identitarista, muito mais controlável pelo sistema. A começar pela simpaticíssima ecologia: tema real e preocupante, mas devidamente sempre orientado para se nunca resolver, exceto o problema de caixa das empresas que passaram a lucrar caudais de dinheiro.
Corte rápido, os saudosistas e teimosos catastrofistas continuaram a produzir maravilhas que foram colocadas no fundo das prateleiras, mesmo contando com estrelas de primeiríssimas grandezas. Contudo, agora com a aterrorizante Besta do Apocalipse – a Rússia de Putin – de volta, convenientemente as prateleiras foram remexidas a retornam à baila para reforçar os boletins diários de terror, entre nós magistralmente interpretados pela grande portavoz americana em terras de Santa Cruz: a Rede Globo de Televisão. Claro que também pelos meios caudatários.
Antes de ontem assisti O Livro de Eli.
Dentro do gênero “terror de fim de mundo. Fantástico. De 12 anos atrás, porém reapresentado pela Netflix; à altura de um sempre excelente Denzel Washington, protagonizando Eli, espécie de mensageiro da palavra – toda a Bíblia – onde, mesmo finalmente assaltado por um pobre Carnegie (Gary Oldman) cego pela ambição do poder, decorou cada versículo de cada capítulo de cada um dos livros... escrito em libras. Logo, inútil a qualquer pessoa comum como o Carnegie. Que só tem força. E o mais interessante e que depois de restar aparentemente sem nada, ajudado por uma fã ocasional (Mila Kunis), Eli chega a seu destino, no ilhéu de Alcatraz onde o milagre da escrita e da sua proliferação do fantástico conhecimento está de vento em popa por um velho livreiro e sua tipografia.
O renascer grandioso da civilização, proporcionado pela imprensa e sua democratização de conhecimento!
Dá muito o que pensar, o filme.

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