CORES E CORTES - A PARTIDARIZAÇÃO EXCESSIVA

José de Almeida Bispo, 03 de Julho, 2022 - Atualizado em 03 de Julho, 2022

 


O marketing é elementar na convivência em sociedade; e a simbologia é a parte mais importante disso. De formas, cores, sonoridade, mensagens, enfim está grande parte do sucesso ou insucesso de algo que se quer amado, desejado, cobiçado e ou até idolatrado.


Numa administração pública, desde a res publica romana e a Roma imperial, tem se mostrado necessário que se mostre quem está no comando; porque foi para comandar que a maioria elegeu ele ou ela. E não basta o político fazer; tem que fazer e convencer que fez. Tem que manter a roda girando porque a sociedade assim exige. Repito: foi eleito para isso. Tem que fazer a propaganda. E aqui nasce mais um nó na administração da coisa pública.


O administrador tem que mostrar o que faz e com isso ser identificado; a questão está na dose. No peso da mão. Nem pode desaparecer, cair no anonimato, parecer uma mera máquina, sem identidade; também não pode exagerar, fazendo parecer mais propaganda de si que do objeto realizado. E aí entram os freios e contrapesos que norteiam qualquer democracia, e que rotineiramente são conduzidos pela Justiça; em nosso meio, provocada, obviamente, por manifestação do Ministério Público.

 

Quando os freios e contrapesos começam a falhar sistematicamente... vem desgraça pela frente porque começa aí uma corrida louca para ver quem ousa mais; quem mais queima pneus, atravessa os sinais vermelhos, se expõe e aos outros aos perigos. Os irmãos Graco, cheios de boa intenção passaram por cima do Senado Romano. Não houve freio e contrapeso? Logo veio Sila, Pompeu, Júlio Cesar e por fim Otaviano que virou ditador vitalício e se deu o título de Augustulus, o supremo, para manter o Império a qualquer custo.

 

Até a administração João Germano da Trindade – João da Veia – o Executivo itabaianense pouco fez publicidade. Aquém até do estritamente necessário. Mesmo já tendo sido dado o pontapé, especialmente nos grandes centros como São Paulo da administração Maluf, e Sergipe, onde o Governo Augusto Franco fez nascer uma robusta indústria de marketing e propaganda entre os anos de 1979 e 1982, arrancando do então articulista do jornal Tribuna do Povo, João Bosco Souza Carvalho, a exclamação de que “o dinheiro está todo canalizado para publicidade porque o Dr Augusto Franco precisa ganhar a eleição.” (Tribuna do Povo, Ed. 2, p. 5, Da finada Caene, do falido Deso).

 

Em 1989, ao assumir a Prefeitura Municipal de Itabaiana, Luciano emplacou pouquíssima mudança, exceto a de criar uma logomarca usando cores pouco associadas a si. Porém, do ponto vista eletrônico logo criou um espaço só seu. No rádio. João Alves dos Santos – o João de Zé de Dona – que o sucedeu, também. Em 1993, o secretário de Comunicações, Mário Filho desencavou uma logomarca antiga, dos tempos que a sede do município ainda tinha o título de vila, e que me coube a honra de a colorizar; e as administrações subsequentes passaram a usá-la concomitantemente com as logomarcas dos administradores.

 

Ao retornar em 1997, contudo, a logomarca lucianista foi reentronizada, e aí, como o Executivo municipal estava crescendo em volume de prédios com as municipalizações da Educação e da Saúde, foi espalhada em mais espaços.

 

Mas a reeleição de Luciano em 2000 veio com novidades. Ao assumir começou a repintar boa parte do patrimônio público de amarelo. Então no PMDB, cujas cores são o preto e o vermelho, todavia, passou a usar uma terceira cor, pessoal, usada na campanha, acho que modéstia a parte, sugestão minha na campanha. Mas respeitou a prediação. A administração Maria Vieira Mendonça, sutilmente introduziu as cores partidárias do PSDB em alguns prédios; porém feitos de forma que somente olhares mais atentos para uma identificação direta.

 

A quarta administração de Luciano Bispo, de 2009 a 2012 foi, para ser ameno, sofrível. Nem a propaganda funcionou bem. Contudo se manteve o costume pintar as cores do político, dessa vez desordenadamente; cada setor fazendo o que e como queria. Ao final de 2012 veio a onda azul e varreu tudo. E aí começou o império azulino pra valer.

 

É contra isso que a Justiça sergipana acordou depois de anos de corrida louca para ver quem mais passava por cima da Lei, no que foi confirmada pelo TSE, no último dia 23 de junho.

 

Houve violação da Lei? Inegável! Mas... porque só agora?

 

O segundo grande aviso a Valmir dos Santos Costa: lembrai-vos de Manuel Pestana de Brito; de José Matheus da Graça Leite Sampaio; de Manuel Batista Itajay... e finalmente de Euclides Paes Mendonça.

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