Ex-presidente diz que sua prisão não é de interesse dos opositores e afirma ser alvo de perseguição política
O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, durante entrevista ao podcast Flow na última sexta-feira (14), que teme por sua vida caso seja preso. Segundo ele, há risco de ser envenenado, pois sua presença na cadeia causaria “dor de cabeça” para seus adversários políticos.
“Se me prenderem, vão me matar. Não tenho a menor dúvida de que serei envenenado. Não é de interesse que me vejam preso, porque vou dar dor de cabeça. Precisam me eliminar”, afirmou Bolsonaro.
A declaração ocorre em meio às investigações sobre um suposto envolvimento do ex-presidente em um esquema para invalidar as eleições presidenciais de 2022. O inquérito conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Polícia Federal apura a existência de uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder.
Durante a entrevista, Bolsonaro também relembrou o atentado que sofreu em 2018, quando foi esfaqueado durante um ato de campanha em Minas Gerais. Ele comparou sua situação à do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente sobreviveu a um atentado a tiros em plena campanha eleitoral.
“Minha vida é feita de coisas. Até a facada foi um milagre. Médicos dizem que, de cada 100, só um sobrevive. É igual ao Trump com o tiro na orelha. Temos muita coisa em comum, exceto a fortuna”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro e seus aliados seguem negando qualquer envolvimento em atos golpistas e alegam perseguição política. Já os investigadores afirmam ter indícios de reuniões e articulações que buscavam reverter o resultado das eleições de 2022.
A possibilidade de prisão do ex-presidente ainda é incerta, mas o tom de suas declarações sugere que ele já se prepara para esse cenário, reforçando a narrativa de que seria um preso político.
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