Em alta, o carro por assinatura é uma modalidade de aluguel que possui vantagens, como ser menos burocrático e mais flexível, quando comparado com o financiado
Os carros seguem sendo um dos principais meios de transporte urbano no Brasil. Pesquisa realizada pela Ernst & Young revela que a maioria dos brasileiros prefere o transporte individual, principalmente carros, ao coletivo, em número superior à média global. Outra pesquisa, feita pela Confederação Nacional de Transportes, corrobora com essa estatística.
Nas grandes cidades, o uso do carro próprio saltou 7,4% entre 2017 e 2024, e o uso do ônibus, por exemplo, sofreu queda de 15%. Questões como conforto e grande tempo de deslocamento pesaram contra o transporte coletivo, ainda que seja mais barato em relação ao carro. Neste sentido, é possível notar que mais pessoas buscam maneiras de ter seu próprio veículo e a independência do transporte coletivo.
A mudança de comportamento em relação ao carro
Contudo, adquirir um veículo para tê-lo como um patrimônio tem se tornado algo cada vez menos desejado. A percepção do carro como uma mera ferramenta de transporte tem ganhado tração entre as populações, principalmente as mais jovens, e o sonho de ter o carro próprio na garagem já não faz mais tanto sentido. Especialistas têm observado que o que conta mais tem sido o acesso ao bem, e não necessariamente possuí-lo.
Uma das razões para essa mudança comportamental são os altos preços agregados na aquisição de um carro, a burocracia referente à documentação e a falta de flexibilidade ao possuir um bem. Afinal, diferentes situações demandam diferentes tipos de carro. Por isso, o mercado de assinatura de veículos vem ganhando força, no vácuo deixado pelas formas mais tradicionais de se ter um carro.
O crescimento do carro por assinatura
A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, a ABLA, estimou um crescimento de 25% no número de aluguéis de carros por assinatura em 2024, em relação ao ano anterior. A dificuldade do acesso ao crédito para compra de um veículo faz com que muitas pessoas recorram a essa nova modalidade, seja para ter um carro para deslocamento diário ou mesmo para trabalhar como motorista de aplicativo.
A desvalorização do carro também é algo que afasta os compradores. Nas palavras de Marco Aurélio Nazaré, presidente da ABLA, “culturalmente, o brasileiro considerava o carro um investimento. Mas, se você paga R$ 100 mil por um carro e após três anos ele vale R$ 60 mil, isso não é um bom negócio”. Hoje, até mesmo as montadoras já oferecem algum tipo de programa de aluguel por assinatura.
Novos nichos de mercado vêm sendo atendidos pelo mercado de aluguel de assinaturas, o que vem revolucionando a forma de consumir. Os carros elétricos vêm ganhando espaço. Até mesmo os zero-quilômetro não são mais unanimidade entre os veículos de assinatura, cedendo espaço também para os seminovos, que, sendo mais baratos, chegam agora a um público de menor poder aquisitivo.
Em suma, a assinatura é interessante para quem não quer se preocupar com burocracias, como pagamento de impostos, documentação e revenda. Entre osrequisitos para assinar, bastam: uma CNH válida, comprovante de endereço, comprovante de renda, cartão de crédito e idade mínima de 21 anos. Assim, já é possível desfrutar da liberdade que o aluguel de carros por assinatura oferece.