Guilherme Rodrigues presenciou o crime e diz que decisão judicial causa sentimento de impunidade. Viúva do advogado José Lael vai cumprir medidas cautelares em casa com tornozeleira eletrônica.
O filho do advogado criminalista José Lael, assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024 em Aracaju, se manifestou publicamente após a Justiça converter a prisão da viúva Danielle Barreto em prisão domiciliar. Guilherme Rodrigues, que também foi baleado na ação e estava com o pai no momento do crime, lamentou a decisão.
“Fico triste, porque o sentimento de impunidade é muito grande. Nós não buscamos vingança, buscamos Justiça”, disse Guilherme em entrevista à jornalista Michele Costa, do SE2.

— Foto: TV Sergipe
Na época, ele morava com o pai, a madrasta e os dois irmãos — incluindo o filho do casal. Sobre alegações de agressões praticadas por José Lael contra Danielle, Guilherme afirmou que nunca presenciou episódios de violência no ambiente familiar. “Fomos pegos de surpresa com esse discurso. […] Até a secretária da casa depôs dizendo que nunca viu nada.”
Ele também relatou os traumas após presenciar o assassinato e ser hospitalizado por seis dias na UTI. “A nova realidade é triste. As pessoas esquecem que eu estava lá… não importa que eu a chamava de mãe há oito anos, não importava se eu morresse ou não para ela.”

— Foto: Rafael Carvalho/ TV Sergipe
Danielle Barreto foi presa em novembro de 2024 junto a outros seis suspeitos de envolvimento no crime. Ela deixou o Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro nesta quinta-feira (15) e agora está monitorada por tornozeleira eletrônica. Além disso, deverá cumprir determinações como comparecimento em juízo e proibição de contato com os demais réus.
A conversão da prisão foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o advogado de defesa alegar que Danielle sofria violência doméstica e que o filho do casal era vítima de alienação parental. “Temos uma criança que está sem a mãe e sofrendo alienação parental. […] Ela foi estuprada, drogada e filmada”, afirmou o advogado Henrique Aguiar.
Execução planejada envolveu cúmplices próximos da médica

— Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Conforme as investigações conduzidas pela polícia, o crime foi cuidadosamente articulado com o apoio de pessoas próximas à médica Danielle Barreto. Câmeras de segurança registraram, cerca de uma hora e meia antes do homicídio, a amiga e a secretária da médica conversando com os suspeitos dentro de um carro. Em seguida, elas foram deixadas no condomínio de uma delas.
Na noite do crime, José Lael e o filho saíram para comprar açaí a pedido da médica. A polícia acredita que ela tenha repassado a localização deles aos executores. Logo após deixarem a residência, o carro da vítima passou a ser seguido por uma motocicleta e um veículo alugado, supostamente por uma das cúmplices.
Durante a emboscada, dois homens armados abordaram o carro e efetuaram os disparos. O advogado foi atingido por três tiros e o filho por um. Mesmo ferido, o jovem conseguiu dirigir até um hospital particular, mas o pai não resistiu.
Ainda de acordo com o inquérito, registros anteriores mostram a amiga da médica e a secretária visitando o bairro Santa Maria, onde viviam dois dos suspeitos — um deles foragido até o momento. Um dos envolvidos seria responsável direto pela execução, com o auxílio de outro homem ligado ao grupo.
Fonte: G1 e Tv Sergipe
Por: Camila Mendonça/Estagiária de Jornalismo