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Casos de cânceres de cabeça e pescoço podem aumentar em todo o mundo

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Tipo da doença é um dos mais frequentes no país, com estimativa de surgimento de 40 mil casos por ano; uso do tabaco e abuso do álcool estão entre as principais causas dos tumores que afetam áreas como boca, nariz e garganta

O próximo dia 27 de julho marca o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço, instituído pela Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço. A data inspirou a campanha Julho Verde e chama a atenção para a incidência dos cânceres e tumores que atingem áreas como boca, nariz, garganta e tireoide. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam a ocorrência de mais de 40 mil casos por ano, sendo que os cânceres de boca e laringe são o 2º tumor mais frequente entre os homens; e os de tireoide são o quinto entre as mulheres. 

Outra estatística, do Ministério da Saúde, afirma que os tumores de cabeça e pescoço equivalem a 3% de todos os tipos de câncer e respondem por cerca de 10 mil mortes por ano no país. Uma preocupação das autoridades e dos especialistas é quanto à tendência de crescimento da incidência destes casos, devido a vários fatores. “No mundo, a incidência varia, mas há uma preocupação crescente com o aumento dos casos associados ao [vírus] HPV, especialmente em países desenvolvidos. A tendência é de aumento da incidência devido ao envelhecimento da população e à persistência dos fatores de risco, como o uso de tabaco”, afirma a médica e professora Sylvia Gurgel, do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit). 

Esse uso se dá principalmente pelo uso de cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e derivados, bem como o abuso das bebidas alcóolicas e destiladas. O próprio Ministério da Saúde aponta que o tabaco é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe, e que o álcool associado ao fumo aumenta o risco da doença nessa região em até cinco vezes. Outro meio de incidência destes tumores está na infecção pelo HPV, que é o vírus do papiloma humano. Também são apontadas como causas a exposição a substâncias cancerígenas (como amianto e poeiras industriais), a má higiene oral, o uso de próteses mal ajustadas, fatores genéticos e predisposição familiar. 

De acordo com Sylvia, esses tumores se desenvolvem a partir de mutações genéticas nas células das mucosas que revestem as regiões da cabeça e pescoço, causando crescimento celular descontrolado e formação de tumores malignos. “O tipo histológico mais comum é o carcinoma de células escamosas, que afeta principalmente as mucosas da boca, garganta, laringe, faringe e, menos comumente, glândulas salivares”, explica. 

A professora acrescenta que os tipos mais agressivos deste câncer são os que têm maior dificuldade de localização e detecção precoce: o de orofaringe (região entre a boca e a garganta, onde ficam o palato mole e úvula, as amígdalas e base da língua) e o de hipofaringe (entrada do esôfago). Já os menos agressivos, que podem ser mais detectados precocemente e têm as melhores taxas de sobrevivência, são os que afetam a cavidade oral, que inclui a boca, os dentes, a língua e os revestimentos internos de lábios e bochechas. 

O tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço varia conforme o tipo e estágio de cada tumor, mas inclui medidas como cirurgia de remoção do tumor, e medicações que destroem as células cancerígenas, como radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Já as medidas de prevenção mais indicadas passam por evitar o uso do tabaco e do álcool, tomar a vacina contra o HPV, cuidar da higiene oral e saúde bucal, e usar a proteção adequada ao trabalhar com substâncias cancerígenas, além de realizar os exames regulares e se atentar a sinais e sintomas precoces, como feridas na boca que não cicatrizam.

Neste sentido, as entidades e sociedades médicas adotaram a campanha Julho Verde para chamar a atenção do público e aumentar a conscientização sobre os cânceres de cabeça e pescoço. “Através da informação e da conscientização, a campanha busca reduzir a incidência e a mortalidade desses tipos de câncer, promovendo hábitos de vida mais saudáveis e incentivando a busca por atendimento médico precoce”.

Fonte: Asscom Unit, com informações do Ministério da Saúde

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