Mandados foram cumpridos em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju; grupo é suspeito de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3) a terceira fase da Operação Overclean, com o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão e uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público. A ação tem como alvo uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Os mandados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foram executados em quatro capitais: Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju. Um dos alvos foi Bruno Barral, ex-secretário de Educação de Salvador, que teve endereços vistoriados nas capitais baiana e mineira.
Segundo a decisão judicial que autorizou a operação, a organização atua de forma sistemática e coordenada desde, pelo menos, 2021, sendo responsável por movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão. Parte desse montante teria origem em emendas parlamentares e contratos com órgãos públicos firmados apenas em 2024.
As investigações apontam que os desvios começaram por meio de contratos superfaturados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, além de lavagem de dinheiro.
Histórico da investigação
Em dezembro de 2024, uma semana antes do início da Operação Overclean, a Polícia Federal apreendeu R$ 1.538.700,00 com suspeitos ligados ao esquema. A quantia, segundo os investigadores, teria origem ilícita e seria destinada ao pagamento de propinas na capital federal.
De acordo com a Receita Federal, a quadrilha estruturou um sistema para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais, alimentando o esquema criminoso.