Júri popular decidirá pela condenação ou absolvição de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz; Ministério Público pede pena máxima
Após mais de seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, começa nesta quarta-feira o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de envolvimento direto no crime. Em 14 de março de 2018, o carro onde estavam Marielle, Anderson e a assessora Fernanda Chaves foi atacado no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça, enquanto Anderson, que também foi baleado, não resistiu aos ferimentos. Fernanda foi a única sobrevivente, atingida apenas por estilhaços.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) buscará a pena máxima de 84 anos para cada réu. Durante o júri popular, que acontece no IV Tribunal do Júri, a acusação será apresentada pela Promotoria, que vê o caso como um ataque à democracia e uma grave violação aos direitos humanos. Ronnie Lessa, que admitiu ser o autor dos disparos, e Élcio Queiroz, que confessou ser o motorista do veículo usado na emboscada, serão julgados por sete jurados do Conselho de Sentença, que decidirão o veredito.
Apesar do pedido de pena máxima, existe um acordo de colaboração entre Lessa e Queiroz que prevê uma unificação de sentenças, com penas variando entre 20 e 30 anos de prisão. Ainda assim, o MPRJ defende que a gravidade do crime justifica uma condenação exemplar, visando garantir justiça e fortalecer o compromisso da sociedade contra a violência política.