Tratamento adequado é essencial para evitar consequências físicas e funcionais nos atletas
Cada vez mais praticados em todo o mundo, os esportes, principalmente, aqueles que envolvem mais contato, lideram os fatores causadores de traumas faciais em atletas. O cenário tem despertado a realização de diversos estudos e também o alerta para a importância do atendimento e tratamento adequado dos pacientes com lesões faciais. Os cirurgiões bucomaxilofaciais desempenham papel crucial e, a partir das suas habilidades, conduzem tratamentos, visando evitar consequências físicas e funcionais para esses pacientes.
Especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial e professor na área de Odontologia, o cirurgião Dr. Mark Jon Santana explica que a maior parte dos traumas na face são ocasionados durante as partidas de futebol, esporte considerado também o mais popular. Os mesmos traumas também podem causados pelas lutas, por ser um esporte de bastante contato. “Geralmente, as regiões mais atingidas costumam ser as mais protuberantes, como nariz, mandíbula e maçãs do rosto. Mas também podem ocorrer fratura no assoalho da órbita (a cavidade onde fica o olho), causando visão dupla, e também fraturas nasais, que provocam dificuldade de respiração e trazem consequências estéticas”, detalha.
O cirurgião bucomaxilofacial alerta que nos casos de trauma facial, a pessoa deve buscar imediatamente uma unidade hospitalar. Até chegar ao local, orienta-se a utilização de compressas de gelo, que ajudam no alívio da dor e a redução do inchaço. “No caso de uma fratura nasal, diferente do que as pessoas acreditam, não é legal levantar a cabeça, porque ao invés de o sangue sair pela frente, ele sai lá pela garganta e você vai acabar deglutindo muito sangue. Então, é importante sempre manter a cabeça mais alta e pressionar com alguma gaze para estancar o sangramento”, alerta o Dr. Mark Jon.
Já no pronto-socorro, normalmente, os tratamentos para traumas na face envolvem a realização de cirurgias a partir da orientação de um cirurgião bucomaxilofacial. Esse mesmo profissional vai acompanhar o paciente no período pós-cirúrgico, por meio da realização de exames que indicam a evolução do tratamento. “Além de exames físicos, onde olhamos e apalpamos a face, avaliamos a mordida do paciente e movimento de abrir e fechar a boca, também podemos pedir exames de imagem. O tratamento correto é essencial para que o paciente se recupere e volte à rotina normal, falando, se alimentando e com o mínimo de sequelas”, comenta.
Prevenção
De acordo com o Dr. Mark Jon, cirurgiões bucomaxilofaciais de todo o mundo tem orientado para a utilização de protetores faciais e bucais durante a prática esportiva. “São dispositivos que podem ser usados por atletas profissionais e amadores. Alguns esportes permitem até o uso capacetes e máscaras de acrílico, que podem ajudar a prevenir ou minimizar as lesões e os danos causados por impactos na face”, finaliza.