Doença já está sendo bastante diagnosticada em homens e mulheres com idade inferior aos 55 anos. INCA estima que 11.370 brasileiros sejam diagnosticados com a doença somente este ano.
Presença de sangue na urina; urinar com uma frequência maior que a habitual; ter sensação de dor ou queimação ao urinar; sentir necessidade urgente de ir ao banheiro, mesmo a bexiga não estando cheia; ter problemas para urinar ou fluxo de urina fraco. Esses são os principais sintomas do câncer de bexiga, uma doença silenciosa e que tem se tornado crescente no Brasil, principalmente entre os homens, que são mais acometidos por esse tipo de neoplasia.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de que o país registre, somente este ano, 11.370 novos casos, sendo 7.780 em homens e 3.500 em mulheres. De 2019 a 2022, o câncer de bexiga foi o responsável pela morte de mais de 19 mil brasileiros. No mundo, mais de 800 mil pessoas morreram em consequência da doença.
Dados do Atlas da Mortalidade por Câncer (SIM), do Ministério da Saúde do Brasil e referentes ao ano de 2021, dão conta de que naquele ano, 4.929 pessoas morreram vítimas desse tipo de tumoração maligna, sendo 3.325 do sexo masculino, e 1.604 do feminino.
Prevenir é sempre o melhor remédio
Com números que têm chamado a atenção das autoridades em saúde, especialmente por estar se tornando frequente, inclusive, entre a população mais jovem, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) dedicou todo o mês de julho para debater a doença.
“Historicamente, o câncer de bexiga acomete mais homens, e com idade acima dos 55 anos, porém tem sido registrado uma crescente de casos, incluindo a população mais jovem. Por ser silenciosa e demonstrar sintomas severos quando em estágio mais avançado, foi que a SBU decidiu intensificar as ações de conscientização para diagnóstico, combate e prevenção desse tipo de neoplasia”, explicou o médico urologista e membro titular da SBU, Dr. Rodrigo Tonin.
Ele contou, ainda, que o câncer de bexiga tem entre os principais fatores o uso do cigarro, pois em mais de 50% dos casos positivos para a doença, o tabagismo estava presente no cotidiano do paciente.
Também são fatores de risco haver casos da doença na família; e a exposição a diversos compostos químicos, como poeira de metais, agrotóxicos, tintas, óleos e borrachas, entre outros. Estudos também revelam que homens brancos, e de idade avançada, possuem maior probabilidade de desenvolver a neoplasia.
Atenção aos sinais
“O primeiro sinal de uma possível presença da doença é o surgimento de sangue na urina, que pode ser em pouca quantidade e ocorrer espaçadamente, ou seja, aparecer uma vez e demorar dias para acontecer de novo. Esse sintoma, bem como dor na região pélvica e na lombar, são indicativos de diversos problemas como infecção urinária, cálculo renal e outras doenças do rim, por isso é fundamental buscar a orientação de um urologista assim que o primeiro sintoma surgir”, orientou Rodrigo Tonin.
Em casos mais avançados, a doença pode provocar impossibilidade de urinar, perda de apetite e de peso, fraqueza, inchaço nos pés e dor nos ossos. Diagnosticado na fase inicial, o câncer de bexiga pode ser tratado com maior eficácia, e o paciente ter mais chances de cura.
“É importante ter em mente que um dos métodos preventivos à doença é realmente não ser tabagista. E para evitar outras doenças do trato urinário que podem acometer a bexiga, a exemplo de infecção urinária, a dica que dou é ter uma boa hidratação, com a ingestão diária de no mínimo dois litros de água. Também é importante inserir na sua rotina anual de check-up médico, seja homem ou mulher, a consulta com urologista, pois a boa saúde do aparelho urinário é fundamental para o bem-estar do ser humano”, finalizou o médico Rodrigo Tonin.