Oficinas de vestuário na China, especialmente no distrito de Panyu, em Guangzhou — conhecido como “Vila Shein” — estão encerrando suas atividades após o anúncio do fim da política de isenção de impostos para pequenas remessas internacionais nos Estados Unidos.
A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, coloca fim à chamada regra “de minimis”, que isentava do pagamento de impostos as encomendas com valor de varejo igual ou inferior a US$ 800. A política era amplamente usada por empresas de fast fashion, como a Shein, que depende de milhares de pequenos fornecedores para atender à demanda global.
Com a revogação da isenção, os produtos enviados da China aos EUA passam a ser taxados, reduzindo drasticamente a competitividade das peças vendidas por meio de plataformas digitais. Isso gerou um efeito dominó na cadeia de produção, levando muitas pequenas fábricas a fecharem as portas devido à queda abrupta nos pedidos.
Segundo relatos, ruas antes movimentadas do distrito de Panyu agora estão marcadas por oficinas vazias e funcionários em busca de alternativas de renda. A crise escancara a vulnerabilidade de modelos de negócio fortemente baseados em exportação sob regimes fiscais favoráveis.
O impacto ainda está sendo avaliado por especialistas e investidores, que agora questionam o futuro do modelo da Shein diante do novo cenário tributário global. A empresa, que vinha se preparando para uma possível abertura de capital, enfrenta um momento delicado de reestruturação e adaptação.