André dos Santos, um tratorista de 26 anos, foi um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegou a Belo Horizonte (MG) na noite da última sexta-feira (7). Em entrevista, ele relatou a dor de deixar para trás não apenas uma casa recém-mobiliada na cidade de Needham, no estado de Massachusetts, mas também seu animal de estimação, um furão de 1 ano chamado Foggy.
“Eles não estão nem aí com o que você construiu no país. Até mesmo o animal de estimação ficou para trás”, desabafou André, que teve que abandonar tudo após ser detido pelas autoridades migratórias dos EUA. Ele faz parte de um grupo de brasileiros que foram deportados no segundo voo organizado pelo governo americano para repatriar imigrantes irregulares.
André contou que vivia nos Estados Unidos há alguns anos e havia montado uma vida estável, com emprego e uma casa mobiliada. No entanto, após ser detido, ele não teve tempo de se despedir de Foggy ou de organizar seus pertences. “Foi tudo muito rápido. Não tive chance de fazer nada”, lamentou.
O caso de André reflete a realidade de muitos imigrantes que são deportados de forma abrupta, sem a possibilidade de resolver pendências ou garantir o bem-estar de animais de estimação e familiares. A deportação em massa tem sido uma política adotada pelo governo dos EUA nos últimos anos, afetando milhares de brasileiros que viviam no país de forma irregular.
André agora tenta recomeçar a vida no Brasil, mas a saudade de Foggy e a frustração de perder tudo o que construiu nos EUA ainda são grandes. “É muito difícil começar do zero de novo, mas não tenho escolha”, disse.