Tese de doutorado desenvolvida em conjunto com universidade da Espanha busca identificar e entender soluções e práticas que possam ser aplicadas no contexto educacional brasileiro e sergipano
As escolas devem estar cada vez mais e melhor preparadas para desenvolver e aperfeiçoar as competências digitais de seus estudantes. O tema é abordado em uma tese de doutorado que será defendida até março deste ano no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPED), da Universidade Tiradentes (Unit). O estudo da pesquisadora Alessandra Conceição Monteiro Alves, aluna de doutorado do PPED, é sobre a avaliação das competências digitais de estudantes de escolas sergipanas, a partir dos indicadores definidos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), vigente no Brasil, e do Modelo DigComp 2.2, utilizado pelos países da União Europeia.
A tese está em fase de conclusão e está sendo feita em regime de doutorado-sanduíche, com parte dos trabalhos sendo realizada na Universidad de Salamanca (USAL), em Salamanca, Espanha. De acordo com Alessandra, o intercâmbio foi fundamental para aprofundar os estudos sobre o instrumental ECODIES-40 (exame de competências aplicado nas escolas e instituições europeias) e as competências discentes, alinhadas ao quadro europeu DigComp 2.2, permitindo uma comparação mais completa entre as competências previstas pela BNCC e os parâmetros do DigComp 2.2, apontando similaridades e diferenças entre as realidades brasileira e europeia.
“Esse contato com a realidade espanhola contribui para um olhar mais crítico e comparativo sobre as competências digitais no Brasil, facilitando a busca por soluções e práticas que possam ser aplicadas no contexto educacional brasileiro. Além disso, a troca de experiências e o acesso a diferentes contextos educacionais possibilitam uma abordagem mais integrada e precisa dos dados coletados no Brasil, reforçando ainda a importância da internacionalização da pesquisa e do diálogo entre diferentes sistemas educacionais, permitindo uma análise mais crítica sobre as possibilidades de melhoria das competências digitais no Brasil, com base em boas práticas observadas na Europa”, diz Alessandra, que está na Espanha desde 27 de agosto e deve retornar ao Brasil no próximo dia 31 de janeiro.
A partir desta comparação, a tese quer fornecer um diagnóstico que revele as necessidades de formação digital no contexto educacional de Sergipe. “Ela aborda a formação digital dos alunos com o objetivo de prepará-los para a cidadania em uma sociedade cada vez mais digitalizada. Tem como objetivo identificar o nível de desenvolvimento das competências digitais dos estudantes sergipanos e propor caminhos para aprimorar a formação digital no contexto educacional local”, aponta Alessandra, pontuando que, mesmo em fase final de andamento, a pesquisa evidencia o potencial de melhorias na integração de competências digitais na Educação Básica no estado.
“Ela também reforça a necessidade de formular políticas educacionais que reconheçam e validem a relevância das competências digitais dos estudantes, promovendo sua aplicação efetiva em sala de aula”, acrescenta a autora, argumentando ainda que os estudos sobre a integração de competências digitais na Educação Básica ajudam a identificar lacunas e propor estratégias para que os estudantes desenvolvam habilidades tecnológicas essenciais, como o uso crítico e responsável da tecnologia, a resolução de problemas e a criação de conteúdos digitais. “Além disso, ao orientar a formulação de políticas públicas, esses estudos contribuem para a redução da desigualdade digital, ampliando o acesso à tecnologia e melhorando a qualidade da educação. Isso fortalece a capacidade dos jovens de participarem ativamente da sociedade, seja no mercado de trabalho, na vida acadêmica ou no exercício pleno da cidadania”, diz Alessandra.
A tese de Alessandra tem a orientação do professor-doutor Ronaldo Linhares, do PPED/Unit, com co-orientação da professora espanhola Sonia Casillas Martín, da USAL. Ela está vinculada ao grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Sociedade, que trabalha com o modelo de competências digitais docentes da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e UE, bem como as competências propostas pela BNCC/Brasil para o ensino fundamental. A pesquisa também conta com a bolsa de estudos do Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE), concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).
Fonte: Asscom Unit
