Deso alerta para impactos ambientais causados por ligações clandestinas de água

Saúde pública também pode ser prejudicada por ações dessa natureza

As ligações irregulares de água no estado não causam prejuízos apenas à Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), empresa responsável pelos serviços de abastecimento hídrico e de esgotamento sanitário. A corporação destaca que o principal afetado pelo acesso clandestino é o meio ambiente, uma vez que os recursos hídricos são limitados e podem se esgotar. O uso negligente deles acelera processos de escassez e afeta negativamente ecossistemas locais.

A falta de contabilização do consumo hídrico propicia o uso exagerado e descuidado de água potável. “Isso gera um impacto muito ruim para os ecossistemas, porque retira água de forma desordenada e em excesso e, com certeza, perturba a biota daquele rio, riacho ou reservatório. Por isso, precisamos cuidar bem dos nossos mananciais de água”, explicou o coordenador de Preservação de Mananciais e Segurança de Barragens (Cops) da Deso, Luiz Carlos Souza Silva.

O cuidado com os mananciais utilizados na distribuição acontece antes mesmo de a empresa começar a utilizá-los. A corporação realiza estudos técnicos complexos, com o intuito de explorá-los de forma sustentável e responsável, e de modo que atenda a toda à população de uma região. Porém, as ligações irregulares prejudicam diretamente o monitoramento e o controle da companhia sobre o recurso captado e distribuído a partir dessas fontes hídricas.

“A implantação e manutenção de um sistema de abastecimento considera aspectos como capacidade do manancial, a porcentagem que será retirada dele, quais são suas características, entre outros detalhes. Mas, só é possível mensurar o que é contabilizado pela Deso. Por isso, as ligações clandestinas podem causar escassez de acesso à água potável pelos próprios usuários”, destacou o gerente comercial da Regional Sul (GCSU) da Deso, Valdênio José Hora Freitas.

Clima e saúde

Luiz Carlos ressaltou que o cenário se torna mais preocupante diante das mudanças climáticas. O coordenador lembrou que Sergipe possui poucos mananciais com grande disponibilidade de água doce própria para ser distribuída à população, e que fenômenos climáticos neste momento do planeta, a exemplo do La Niña, que provoca alterações no volume de chuvas e temperaturas de diversas partes do mundo, podem afetar de maneira negativa a distribuição.

“A alteração do clima e o aumento da temperatura provocam mais evaporação da água, fazendo com que haja uma diminuição na oferta de nossos riachos e rios, que são poucos no nosso estado. Então, é necessário preservar os recursos hídricos não só pensando no hoje, mas no amanhã e nas novas gerações. É preciso que todos tenham essa consciência”, sublinhou.

Além disso, os desvios de água podem gerar prejuízos à saúde pública. Conforme explicou Valdênio José, as ligações irregulares são realizadas sem o manuseio técnico e os equipamentos adequados, o que facilita a contaminação da água por agentes externos, como vírus e bactérias. “Tudo que entra na encanação, pode contaminar. Isso não vai só para o imóvel de quem cometeu a irregularidade, mas para todo o sistema de distribuição. Ou seja, torna-se um problema de todos”, frisou.

Denúncias

Valdênio José realçou que a população pode ajudar não só consumindo a água potável de forma consciente, mas também denunciando supostas ligações clandestinas à empresa. “São muitos municípios e muitas localidades. Então, os usuários são personagens fundamentais no monitoramento dos desvios. A contribuição não será apenas à Deso, mas ao meio ambiente e à saúde coletiva”, afirmou.

As suspeitas de desvios de água podem ser denunciadas à companhia por meio dos números telefônicos 4020-0195 ou 0800 079 0195. É possível também entrar em contato com a corporação utilizando a Agência Virtual e o WhatsApp (79 3142-3000), além das unidades de atendimento presencial espalhadas pelo estado (clique aqui e confira mais detalhes sobre as agências).

Foto: Ascom Deso

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