Uma investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema nacional de fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter desviado mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas. A operação, batizada de “Sem Desconto”, teve origem no estado de Sergipe, onde duas associações são apontadas como parte central do golpe.
De acordo com reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (4), pelo menos 4 milhões de beneficiários foram lesados. O golpe consistia na criação de associações fictícias, com documentos falsos, que realizavam descontos indevidos diretamente nas aposentadorias, sem conhecimento ou autorização prévia dos segurados.
Duas dessas entidades envolvidas no esquema — a Universo, sediada em Aracaju, e a APDAP Prev, com sede em Nossa Senhora do Socorro — são suspeitas de movimentar mais de R$ 300 milhões em apenas 21 meses.
Segundo a investigação, o esquema era comandado pelos empresários Alexsandro Prado Santos (conhecido como Lequinho) e Sandro Temer de Oliveira, que já estão presos preventivamente. A apuração começou após a denúncia de uma aposentada da cidade de Feira de Santana (BA), que identificou descontos suspeitos em seu benefício.
A Polícia Federal agora analisa a atuação de outras entidades e a possível participação de servidores públicos e instituições financeiras. Os envolvidos podem responder por crimes como organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As vítimas do golpe podem consultar a existência de descontos indevidos no extrato de pagamento do INSS, disponível no aplicativo ou site Meu INSS. Em caso de irregularidades, devem registrar denúncia na ouvidoria da Previdência Social ou diretamente à Polícia Federal.
